Política
Partido ligado à Igreja Universal se afasta de Bolsonaro e pode dividir apoio entre Moro e Lula
O Republicanos já não garante apoio a reeleição do presidente


O partido Republicanos, legenda ligada à Igreja Universal tenta contornar um racha em sua base de parlamentares. A sigla, que faz parte do primeiro escalão bolsonarista, não deseja se vincular à impopularidade do ex-capitão. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
O impasse foi gerado após uma ala do partido demonstrar apoio a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outra, mais alinhada à direita, cogitar ficar ao lado do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos).
Diante da situação, a cúpula do partido deverá ponderar uma neutralidade, pelo menos em primeiro turno.
A informação de bastidor obtida pelo jornal aponta que o comando do Republicanos avalia se uma aliança com o presidente não faria desabar as suas chances de aumentar a bancada no Congresso no próximo ano.
O partido é um dos principais integrantes do Centro e possui 30 deputados federais eleitos.
O Republicanos atualmente é o partido de Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Flávio Bolsonaro também já foi filiado ao partido. O próprio presidente chegou a cogitar a sigla para concorrer as eleições de 2022. No entanto, desistiu ao perceber que não poderia ter controle da legenda.
O possível apoio ao PT, apesar de parecer distante, já ocorreu durante outros períodos eleitorais.
No Nordeste, diretórios da sigla já admitem acordos com Lula, inclusive desestruturando um possível acordo nacional para candidatos apoiados pelo presidente para governos na região.
A principal queixa dos parlamentares dissidentes é a falta de consideração pelo presidente por nomes da sigla nas nomeações ao Planalto. Além disso, a inação do ex-capitão quanto a questão dos bispos em Angola também minou a confiança dos parlamentares em Bolsonaro.
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