Política

Para Santos Cruz, Bolsonaro erra ao cogitar tirar poder de Sérgio Moro

O general e ex-ministro é contra uso de militares para reduzir as filas do INSS e diz que resultados do governo até agora são ‘normais’

O ex-ministro general Santos Cruz. Foto: Wilson Mendes/ASCOM/SecGov/PR
Apoie Siga-nos no

Jair Bolsonaro já recuou, pelo menos por enquanto, da ideia de desmembrar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, questão que aprofundou a crise com o ministro Sérgio Moro. Para o general e ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto Santos Cruz, tirar poder do ex-juiz da Lava Jato seria “um erro do presidente com um custo político muito alto”. Santos Cruz falou ao jornal Folha de S. Paulo e ao portal UOL.

Ao contrário do que aconteceu com sua saída do governo (Santos Cruz acredita em um processo de fritura), o general avalia que a situação de Moro é diferente e que se trata de um erro político. “Separar o ministério aqui ou ali é uma decisão política que pode ter um prejuízo político ou não”, disse Santos Cruz à Folha e ao UOL, para depois dizer que “fritura política está muito associada à covardia”.

Perguntado sobre que avaliação faz do governo, Santos Cruz não rasga elogios. Diz que vê como “absolutamente normal” em termos de resultados e que não é “nada espetacular”. Criticou a atuação de grupos ideológicos e a influência de Olavo de Carvalho, dizendo que esse tipo de presença “prejudica a paz do sistema”.

O general também não se mostrou favorável ao uso de militares da reserva para diminuir as filas do INSS. Nas últimas semanas, o órgão esteve no centro das atenções por conta da extensa fila de beneficiários que não conseguem a liberação de seus direitos. A fila de espera é de 1,3 milhão de solicitações de benefício que ficaram sem análise, mesmo após o prazo legal de 45 dias ter sido ultrapassado.

Para Santos Cruz, as Forças Armadas não são treinadas para resolver esse tipo de problema e o caso do INSS é administrativo. “Há pessoas que podem resolver a questão (dentro do INSS). Tem equipe técnica. Eu não vejo militar como solução para tudo”, afirmou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo