Política

Para neutralizar Mourão, Cláudio Castro nomeia vice-presidente do PRTB para cargo no Rio

O governador do Rio aposta em manter a base de eleitores bolsonaristas unida em torno de seu nome, o que pode não acontecer com a entrada de Mourão no pleito

Foto: Rafael Campos/GOVRJ
Apoie Siga-nos no

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), publicou nesta terça-feira a nomeação de Felipe da Silva Santos, vice-presidente estadual do PRTB, como novo comandante da Coordenadoria de Educação para o Trânsito do Detran-RJ. O movimento é visto como uma tentativa do atual ocupante do Palácio Guanabara, que busca a reeleição, de diminuir as chances de uma eventual candidatura do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão — que pertence à legenda de Silva Santos. Castro aposta em manter a base de eleitores bolsonaristas unida em torno de seu nome, o que pode não acontecer com a entrada de Mourão no pleito do Rio.

À colunista do EXTRA Berenice Seara, o vice-presidente do PRTB fluminense negou que a sua nomeação para o Detran do estado seja um movimento de aproximação de Castro e que signifique a entrada do partido na base do atual governador para a disputa de outubro.

— O PRTB é uma coisa, eu sou outra. O partido tem uma relação muito boa, muito amistosa com Cláudio Castro, diferentemente de outros tempos, mas não podemos dizer que estamos na base — disse Silva Santos à colunista.

A intenção de Mourão de concorrer a um cargo no Rio de Janeiro tem se tornado mais clara desde o fim do ano passado. Como revelou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, em novembro, Mourão conversou com o presidente do PRTB do Rio, Antonio Carlos Santos, na época, e concordou em sair como candidato no estado. O cargo, no entanto, ainda não foi definido, mas o governo ainda seria uma possibilidade.

Sobre as chances de compor novamente uma chapa para as eleições presidenciais, outro possível destino de Mourão, o atual vice-presidente da República disse que nunca conversou com Jair Bolsonaro (PL), e afirmou que “algumas vezes ele (Bolsonaro) já deu uma sinalização que ele gostaria de outra pessoa”. A declaração foi dada no último mês em entrevista ao programa “Em Foco com Andréia Sadi”, da GloboNews. No encontro, Mourão também disse que, caso concorra a um cargo no Rio, “a tendência é o Senado, mas em política a gente nunca pode falar nunca”.

A entrada do vice-presidente da República na disputa fluminense seria um desafio à candidatura de Cláudio Castro, que planeja reunir a base bolsonarista em torno de seu nome. Segundo levantamento feito pela Quaest a pedido do GLOBO, em outubro do ano passado, o atual governador aparece em segundo lugar, com 16% das intenções de voto, atrás do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que lidera com 25%. Porém, com a inclusão do nome de Mourão, Castro cai para a terceira posição, com 12% dos votos, enquanto o general passa a ocupar o segundo lugar com 17% e Freixo mantém a liderança com 23%.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo