Política

Para evitar “exploração eleitoral”, Moro adia depoimento de Lula

Com decisão de remarcar interrogatórios para novembro, caso do sítio não será concluído antes das eleições

Lula em depoimento a Moro no caso do tríplex. Todos os atos do então juiz da Lava Jato foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal.
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O juiz federal Sérgio Moro decidiu adiar depoimentos de Lula sobre o caso do sítio de Atibaia. Segundo o magistrado, o objetivo é evitar a “exploração eleitoral” dos interrogatórios, “seja qual for a pespectiva”.

O depoimento de Lula estava marcado para 27 de agosto e 11 de setembro, em meio ao primeiro turno da disputa eleitoral. Moro preferiu remarcar os interrogatórios para 5 e 14 de novembro, após o segundo turno das eleições, que será realizado em 28 de outubro.

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Com a decisão, Moro não dará uma sentença contra ou a favor de Lula durante as eleições, algo que chegou a ser previsto em reportagens da mídia nos últimos meses.

Em seu despacho, o juiz não chega a citar Lula, mas lembra que um dos acusados no caso do sítio de Atibaia “foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro”, mas, “apesar disso”, “apresenta-se como candidato à Presidência da República”.

Em coletiva em Brasília, onde o PT registrará a candidatura de Lula, Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, e Fernando Haddad, vice da chapa presidencial, criticaram a decisão de Moro por entenderem que o ex-presidente não terá o direito de se defender das acusações ainda durante as eleições.

Já preso, Lula chegou a prestar, em sua primeira aparição pública desde a reclusão, um depoimento como testemunha de defesa de Sérgio Cabral ao juiz federal Marcelo Bretas. Na ocasião, ele demonstrou bom-humor em diversas oportunidades, e disse não ter conhecimento de corrupção na escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.

Ao fim do depoimento, Bretas procurou ser cortês com o ex-presidente. Ele afirmou que o petista é “uma pessoa importante para o Brasil” e relatou ter participado, aos 17 ou 18 anos, de um comício do petista. “Vivemos um período diferente. Estava lá usando boné e camiseta com seu nome”. “Pode voltar agora”, disse Lula, para risos gerais. “Quando fizer um comício agora, vou chamar o senhor para participar”.

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