Política

Para Eduardo Bolsonaro, Lula em velório é “larápio posando de coitado”

O ex-presidente sairá da prisão para se despedir do neto de 7 anos, que morreu nesta sexta-feira

Para Eduardo Bolsonaro, Lula em velório é “larápio posando de coitado”
Para Eduardo Bolsonaro, Lula em velório é “larápio posando de coitado”
Apoie Siga-nos no

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente e pouco afeito a humanidades, afirmou nesta sexta-feira 1 que a Justiça autorizar a ida do ex-presidente Lula ao velório de seu neto Arthur, morto hoje aos 7 anos, é deixar “o larápio em voga posando de coitado”.

Ele também afirmou, em uma discussão no Twitter, que Lula é um preso comum e deveria estar num presídio comum. “Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro?”, questionou o deputado.

O que Eduardo não sabe, mas deveria saber, é que este direito vale para Lula e para todos os presos deste país. Diz a Lei de Execução Penal em seu artigo 120: “condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

Neto é descendente, como o nobre deputado talvez imagine.  Na dúvida, atenção à explicação do juiz de Direito da Vara de Execuções Penais da Comarca de Joinville/SC, João Marcos Buch: “A lei determina uma linha reta infinita nos ascendentes e descendentes.”

Leia também: Justiça autoriza ida de Lula ao velório de seu neto

O velório de Arthur acontece no sábado 2, em São Bernardo. A família preferiu esperar um dia a mais para que o ex-presidente consiga chegar a tempo da cerimônia. Lula vai viajar para São Paulo em uma aeronave do governo do Paraná, cedida a pedido da Polícia Federal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo