Política

Para Damares Alves, governo vai dar tão certo que ficará por muitos anos

Ministra também pediu aos bolsonaristas que se organizem para as eleições municipais de 2020

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarou neste sábado 12 que o governo Bolsonaro vai dar certo a ponto de se reeleger por muitos anos.

“Se não der certo, tirem a gente daqui quatro anos. Mas vou mandar um recado: isso aqui vai dar tão certo, tão certo, que vamos ficar quatro, oito, 12, 20 anos! Porque o Brasil está vendo o que é cuidar de nação”, disse a ministra, durante evento de extrema-direita, em um hotel de São Paulo.

Na palestra apresentada a bolsonaristas e conservadores, a ministra comentou sobre a criação de sua pasta, bastante contestada no início do governo, e exaltou o trabalho que vem sendo feito.

“Ao criar o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos o presidente começou a dialogar com o Brasil e, para a tristeza da esquerda, nunca se falou tanto de Direitos Humanos no Brasil. Nunca se defendeu tanto os Direitos Humanos como hoje”, decretou, sob aplausos.

“Eles acharam que quando a ministra maluca, radical, pastora, homofóbica e fascista assumisse o ministério, nós íamos sair na rua numa grande cruzada contra gays. O que o meu presidente falou? ‘Tem um departamento de gay no seu ministério, deixa lá e vamos mostrar ao Brasil como é que se cuida de gay nessa nação: protegendo sem fazer promoção’”, explicou.

Resposta a arcebispo

Além de alfinetar a esquerda e as minorias, Damares Alves também mirou seu discurso no arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, que horas antes de sua palestra, durante uma missa em comemoração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, fez críticas aos conservadores e disse que “a direita é violenta e injusta”.

“Eu gostaria de mandar um recado para uma autoridade religiosa que, talvez sabendo que estamos aqui, acabou de dizer em um certo lugar, em uma certa missa, que o Brasil tenha cuidado com o dragão do conservadorismo. Eles realmente devem estar preocupados conosco, pois somos terrivelmente cristãos!”, bradou, incendiando a plateia.

“Essa liderança também disse que a direita é violenta. Somos violentos porque queremos uma nação de paz? Confesso que a cada dia me assusto com a forma com que eles nos vêem. Mas eles estão incomodados sabem por quê? Porque o Brasil já mudou. Os números já estão aí dizendo que o conservadorismo vai dar certo nesta nação. Os números já dizem que estamos mudando essa nação quando a gente abre o jornal e vê 23% menos homicídios nos seis, sete primeiros meses do ano”, disse Damares, sem citar a fonte dos dados.

“Os especialistas do mundo inteiro estão olhando para cá, os estudiosos estão batendo cabeça sem conseguir explicar como, em pouco tempo, já estamos conseguindo diminuir a violência no Brasil. Eles estão malucos! Para eles, minha resposta é: o povo de bem desta nação se levantou e está governando. Simples assim!”, completou, sendo novamente aplaudida.

Foco em 2020

Por fim, a ministra Damares Alves também pediu aos bolsonaristas que se organizem para as eleições municipais de 2020. Segundo ela, será um momento decisivo para a direita brasileira.

“Nós não podemos subestimar o outro lado. Infelizmente, quero dizer a vocês que eles estão ativos, organizados e querendo usurpar o poder outra vez. Portanto, precisamos ter alguns cuidados e começar a partir de agora nos organizar de uma forma mais profissional e madura”, defendeu.

“Vamos ter que ocupar as Câmaras Municipais e Prefeituras e fazer o maior número possível de vereadores e prefeitos. Essa é uma das estratégias que temos que sair daqui já pensando”, completou.

As declarações de Damares Alves foram dadas na tarde do segundo dia da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento ultraconservador realizado pela primeira vez no Brasil. Além do ministro das Relações Exteriores, o evento teve palestras dos também ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Ernesto Araújo (Família e Direitos Humanos).

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