Política

Para conter ‘jogo político’, Bolsonaro defende Coaf no Banco Central

O presidente chegou a transferir o Conselho para o Ministério da Justiça, mas o Congresso Nacional desfez a medida

Foto: Carolina Antunes/PR
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira 9, que pretende retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia e transferi-lo para o Banco Central. A declaração ocorreu no Palácio da Alvorada, ao lado do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político”, disse. “Vincular ao Banco Central, aí acaba [o jogo político].”

Bolsonaro defendeu ainda que a mudança evitará “suspeição” na atuação do Conselho. “Tudo o que tem política, mesmo sendo bem intencionado, sempre sofre pressões. A gente quer evitar isso aí”, declarou. “O Coaf, porventura, caso vá para o Banco Central, vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político.”

O presidente disse também que, com a transferência, o Conselho será dirigido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos, e não pelo presidente do Coaf, Roberto Leonel. Há ainda a expectativa de mudança na sigla.

“Se vai ser o Banco Central, quem vai decidir é o Roberto Campos. Agora, o que parece que ele pretende é ter um quadro efetivo do Coaf, que mudaria de nome inclusive”, afirmou.

Na quarta-feira 7, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que é possível “cabeça rolar” no Coaf e defendeu o aperfeiçoamento do órgão.

“Toda vez que tem um aparente conflito institucional, uma crise institucional, a solução é um avanço e um aperfeiçoamento institucional. Uma cabeça rolar pode até acontecer, mas desde que haja um avanço institucional, e não corta cabeça aqui, corta cabeça ali, não é isso”, disse o ministro.

No fim de 2018, um relatório do Coaf apontou uma movimentação atípica de 1,2 milhão de reais na conta de Fabrício Queiroz, que trabalhou como motorista e assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando era deputado estadual.

O Conselho foi criado em 1998 como um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Assim que assumiu a Presidência, Bolsonaro retirou o Coaf do Ministério da Economia e o transferiu para a pasta do ministro Sérgio Moro. No entanto, em maio, o Congresso Nacional desfez a medida.

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