Política
Para 65%, Bolsonaro usou 7 de Setembro como palanque
Pesquisa Datafolha mostra que dois em cada três brasileiros acha que presidente usou comemorações do feriado nacional para fazer propaganda eleitoral
Para 65% dos brasileiros, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) usou os eventos do feriado do Dia da Independência para fazer campanha política. É o que mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (16/09). Outros 28% acreditam que ele compareceu aos eventos de 7 de Setembro apenas para comemorar os 200 anos de independência do Brasil e 7% não souberam ou não opinaram.
A pesquisa, mais uma vez, escancara a polarização política que vive o Brasil. Entre os eleitores de Bolsonaro, 67% consideram que ele foi aos atos no Rio de Janeiro e em Brasília comemorar a independência, 25%, que ele foi fazer campanha e 8% não souberam opinar. Entre a base evangélica, 39% acreditam que ele apenas quis comemorar a data.
Já entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 89% responderam que Bolsonaro foi aos atos para fazer campanha, enquanto 6% afirmam que ele foi comemorar a data e 5% não souberam responder.
Entre todos os entrevistados, 51% disseram estar cientes das falas do presidente naquele dia. Para 49%, ele agiu mal durante as comemorações de Sete de Setembro – 36% consideram que ele agiu bem e 15% não souberam ou não opinaram.
Para 80% dos eleitores de Bolsonaro, o atual presidente agiu bem durante os eventos, 8% acham que ele agiu mal e 12% não souberam. Entre os eleitores de Lula o resultado é o posto: 75% avaliam que Bolsonaro agiu mal, 12% que agiu bem e 13% não souberam.
O levantamento ouviu 5.926 pessoas entre os dias 13 e 15 de setembro de 2022, em 300 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Bolsonaro participou no dia do feriado de Sete de Setembro de dois atos comemorativos dos 200 anos da Independência do Brasil. Em Brasília e no Rio de Janeiro, os festejos cívicos e militares se confundiram com ações de campanha do candidato à reeleição, motivo pelo qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu proibir o uso na campanha eleitoral de Bolsonaro de imagens de atos oficiais realizados no Sete de Setembro.
Bolsonaro diminui vantagem entre os evangélicos
Dados da mesma pesquisa divulgados na quinta-feira mostram que Bolsonaro segue liderando entre os evangélicos, mas diminuiu a vantagem em relação à Lula. A vantagem do atual presidente entre os evangélicos agora é de 17 pontos – na pesquisa anterior, uma semana antes, era de 23. Entre esse grupo, Bolsonaro tem 49% das intenções de votos e Lula, 32%. O segmento representa 27% da amostra.
No cenário geral, Lula segue favorito, com 45% dos votos, contra 33% de Bolsonaro. Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, Simone Tebet (MDB), com 5%, e Soraya Thronicke (União Brasil), com 2%.
Felipe D’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Leo Péricles (UP), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelman (PTB) não chegaram a 1% respectivamente. Eleitores indecisos somam 2%, enquanto votos brancos e nulos chegam a 4%.
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