Política
Padilha assume a Saúde e diz ter ‘obsessão’ de reduzir filas por atendimento especializado no SUS
O novo ministro, que substitui Nísia Trindade, prometeu incluir o setor privado, universidades, estados e municípios no debate
Empossado nesta segunda-feira 10 como ministro da Saúde, Alexandre Padilha afirmou chegar à pasta com a “obsessão” de reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no País. Cerca de de 1,3 mil convidados, entre autoridades e representantes da sociedade civil, estiveram na cerimônia de posse dele e de Gleisi Hoffmann, a nova ministra das Relações Institucionais.
“Todos os dias vou trabalhar para buscar o maior acesso e o menor tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado”, disse Padilha. “Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas, não se trata de uma doença aguda para a qual existe remédio.”
O ministro prometeu incluir o setor privado, universidades, estados e municípios no debate.
Seu discurso foi marcado pela defesa do governo, pelo repúdio ao negacionismo e pela ênfase na vacinação como uma das prioridades de sua gestão. “Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam. Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia.”
Ele ainda destacou que sua gestão trabalhará em sintonia com organismos internacionais de saúde para fortalecer o programa de imunização no Brasil. “Dizer sim à OMS [Organização Mundial de Saúde] é dizer sim à vacinação contra a poliomielite. Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis.”
O ministro declarou ainda que volta ao ministério “ainda mais cheio de energia do que primeira vez”. Ele já comandou a Saúde entre 2011 e 2014, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. O presidente Lula aposta que o traquejo político de Padilha servirá para alavancar os programas da área e melhorar a avaliação da gestão petista.
Um de seus principais focos à frente da Saúde será fortalecer o Programa Mais Acesso a Especialistas. O novo ministro substitui a socióloga e ex-chefe da Fiocruz Nísia Trindade, que comandava a pasta desde o início da gestão de Lula.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Sarney diz que Lula ‘governa em tempo difícil’ e defende apoio do MDB à sua reeleição em 2026
Por CartaCapital
Padilha e Gleisi se reúnem para discutir transição na articulação política do governo
Por CartaCapital



