Pacheco critica o governo Lula e convoca reunião de líderes após Zanin suspender desoneração da folha

O presidente do Senado se reunirá nesta sexta-feira 26 com a Advocacia da Casa para estudar reação

Brasília, DF 30/08/2023 O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante solenidade de entrega do PPA Participativo 2024-2027 Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira 25 que o governo Lula (PT) errou ao “judicializar a política” e “impor suas próprias razões” sobre a desoneração da folha de pagamento.

A manifestação ocorre logo após o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, acolher um pedido do governo e suspender trechos da lei que prorrogou até 2027 o benefício a empresas de 17 setores da economia e a municípios com até 156 mil habitantes.

Pacheco disse respeitar a decisão de Zanin e adiantou que buscará revertê-la.

“Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do Parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios”, prosseguiu.

Ele declarou que se reunirá nesta sexta com a Advocacia do Senado e convocará uma reunião extraordinária com líderes da Casa.

Criada no governo de Dilma Rousseff (PT), a desoneração é uma política de alívio de impostos a empresas dos setores que, supostamente, mais empregam no Brasil. O Congresso Nacional já aprovou a prorrogação da benesse até 2027, mas o Ministério da Fazenda tenta restabelecer a cobrança dos tributos gradativamente. O Parlamento também garantiu a desoneração para municípios pequenos e médios.


O principal argumento do governo ao acionar o STF é que o Legislativo aprovou a desoneração “sem a adequada demonstração do impacto financeiro“.

Em um despacho de 27 páginas, Zanin mandou sua liminar para julgamento no plenário virtual do STF a partir da meia-noite desta sexta e requisitou informações a Pacheco e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Para o magistrado, manter o benefício sem indicar o impacto orçamentário pode gerar “desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal”.

“Há urgência em se evitar verdadeiro desajuste fiscal de proporções bilionárias e de difícil saneamento caso o controle venha a ser feito apenas ao final do julgamento de mérito.”

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4 comentários

Norton Gomes de Almeida 26 de abril de 2024 10h37
Lula acertou, não errou. Pacheco quer também criar pautas bombas.
MARY LUCY DAL BOSCO CARLETTO 26 de abril de 2024 12h06
A harmonia dos três poderes está em que um respeite o espaço do outro. Se a desoneração proposta por Dilma estava no fim, antes de aprovar sua continuidade, o Congresso precisa dizer onde está a fonte de custeio para isso. Se não diz, esta quebrando o pacto republicano. Na dúvida, o STF esclarece.
Georges C. Costaridis 26 de abril de 2024 12h19
Não sei qual é a motivação desse ser em distribuir alegria para quem já recebe um caminhão de dinheiro de salário + benefícios. Quanto à desoneração já foi provado por vários especialistas da área que essa baboseira não impacta em nada o nível de emprego, mesmo porque salários é um dos menores custos que os empregadores tem na sua cadeia produtiva. E, todos sabemos, custos são repassados a quem compra seus produtos, fora a marotagem de diminuir volume e ainda aumentar o preço.
Georges C. Costaridis 26 de abril de 2024 12h22
Ou seja, nem governo e nem industrias aplicam a prática de gerenciamento de custos, querem é mais e mais grana, seja por isenção para os nobres industriais, seja por aumento em captação em impostos. Qual o futturo de um país com esse comportamento?

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