Política
Ouvidoria de Derrite enfraquece o controle da atividade policial, diz OAB-SP
O novo órgão é visto como uma tentativa de enfraquecer o mecanismo de controle atual
A Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) criticou, nesta segunda-feira 2, da iniciativa do secretário do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Guilherme Derrite, de criar uma Ouvidoria de Segurança Pública.
Atualmente o estado já conta com a Ouvidoria das Polícias e a criação do novo órgão – apelidado de “ouvidoria paralela – é vista como uma tentativa de enfraquecer o mecanismo de controle atual. O atual ouvidor das Polícias, Claudio Aparecido Silva, tem se manifestado publicamente de forma crítica a gestão Tarcísio.
O novo órgão é mais um passo no enfraquecimento da transparência da atividade policial, diz a nota, assinada pela presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, e pelo presidente da Comissão de Segurança Pública, Alberto Zacharias Toron.
“Os investimentos públicos devem ser direcionados à atual Ouvidoria das Polícias. É preciso fortalecer o órgão, dando estrutura e autonomia para que este exerça o controle externo da atividade policial e continue sendo a voz da população”, diz o texto.
Por fim, a nota manifesta “indignação” com a criação da segunda ouvidoria, afirmando que não há razões objetivas para se criar um segundo órgão com atribuições sobrepostas.
Justificando sua criação, a Secretaria da Segurança Pública afirma que o novo órgão vai receber denúncias, sugestões e avaliações de serviços como registro de boletim de ocorrência e coleta de DNA. Enquanto isso, a Ouvidoria das Polícias continuará responsável por receber queixas de “violações de direitos fundamentais cometidas por policiais”.
A criação da segunda ouvidoria já entrou na mira da oposição, que protocolou um projeto de decreto legislativo (PDL) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para tentar barrar a iniciativa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Mortes causadas por PMs de SP aumentam 71% no primeiro semestre
Por CartaCapital
SP: Empresas alegam fraude e pedem suspensão de licitação para aquisição de câmeras corporais à PM
Por CartaCapital



