A Câmara dos Deputados rejeitou, no fim da noite da última quarta-feira 6, o regime de urgência de um Projeto de Decreto Legislativo impulsionado pela chamada Bancada da Bala para derrubar um decreto do presidente Lula (PT) que limitava a compra e o registro de armas de fogo.
O requerimento de urgência precisava de pelo menos 257 votos para prosperar, mas obteve 254. Houve 156 votos contrários e cinco abstenções, com 416 deputados no plenário. A votação ocorreu mesmo com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em viagem internacional.
De autoria do deputado Sanderson (PL-RS), o PDL mobiliza especialmente a bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, dois deputados da sigla votaram contra a urgência, dois se abstiveram e seis não estavam presentes.
Abstiveram-se na votação os deputados Eli Borges (PL-TO) e Henrique Junior (PL-MA). Votaram contra a urgência Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) e João Carlos Bacelar (PL-BA).
Já os deputados Capitão Augusto (PL-SP), Fernando Rodolfo (PL-PE), Samuel Viana (PL-MG), Silvio Antonio (PL-MA), Tiririca (PL-SP) e Wellington Roberto (PL-PB) sequer participaram da votação.
Expoentes da tropa de choque da extrema-direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), criticaram publicamente a conduta da bancada. “Inacreditável a falta de comprometimento de alguns deputados”, escreveu o bolsonarista nas redes sociais.
Entre outros pontos, o decreto questionado, editado por Lula em 1º de janeiro, suspendia registros para aquisição de armas e munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores e particulares; suspendia a concessão de novos registros de clubes e de escolas de tiro; e interrompia a concessão de novos registros de CACs.
O decreto 11.366, porém, já havia sido revogado após a edição do decreto 11.615, de 21 de julho.
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