Os acenos do PT ao Republicanos para compor a base do governo Lula na Câmara

O partido, ligado à Igreja Universal, foi um dos que compuseram a base de sustentação do governo Bolsonaro no Congresso

Foto: EVARISTO SA / AFP

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Nós últimos dias, integrantes do PT passaram a sondar o Republicanos sobre um eventual apoio da sigla ao governo Lula já em 2023.

Os acenos de interlocutores de Lula chegaram aos caciques do Republicanos — partido ligado à Igreja Universal — ainda durante as negociações em torno da aprovação da PEC da Transição no Congresso.

Nas conversas, petistas deixaram claro que poderiam apoiar a indicação do deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR) para a vaga da Câmara que será aberta no Tribunal de Contas da União. A eleição aconteceria em outubro de 2022, mas foi adiada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).

Sinalizaram, ainda, que também estariam dispostos a apoiar o presidente da legenda, Marcos Pereira (SP), caso ele dispute a vaga de primeiro vice-presidente da Casa em fevereiro.

Apesar de a possibilidade de integrar o novo governo não ser unanimidade na legenda, integrantes do Republicanos dizem, reservadamente, que têm trabalhado para “fechar questão” na bancada. “43 parlamentares [41 deputados e dois senadores]. O governo precisa ampliar a base para ter segurança”, pontua um deles. “Estamos trabalhando para isso”, afirmou outro.

O partido, vale dizer, foi um dos que compuseram a base de sustentação do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. A legenda também compôs a coligação pela qual o ex-presidente concorreu à reeleição.


Por enquanto, parlamentares do Republicanos defendem uma espécie de “transição” até chegar-se à definição de compor a base do novo governo, movimento que estaria relacionado à ocupação de nomes da sigla no segundo escalão da máquina federal.

Quem está ficará à frente da articulação será o presidente da legenda, Marcos Pereira. Após saber que o líder do governo na Câmara, José Guimarães, sondou parlamentares sobre um eventual apoio, Pereira repreendeu o movimento e sinalizou que as conversas só devem andar futuramente.

“Precisamos ter calma e serenidade, porque tem muitas coisas que vocês não sabem que estão acontecendo”, diz um trecho da mensagem de texto enviada por Pereira a deputados, à qual a reportagem teve acesso.

Como mostrou CartaCapital, as tratativas para definir o espaço destinado aos partidos que ficaram fora da primeira escalação do governo já estão em andamento. Em jogo, há cargos em secretárias de ministérios, empresas estatais e bancos públicos.

As articulações são feitas pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, pelo futuro ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelos líderes do governo na Câmara e no Senado.

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