Utilizado para enviar recursos públicos a redutos eleitorais de parlamentares, o orçamento secreto do Ministério da Defesa bancou até mesmo a construção de quadras esportivas e campos de futebol em quatro estados: Amapá, Acre, Tocantins e Rondônia.
Como mostrou o GLOBO no domingo, a pasta militar destinou R$ 401 milhões a um grupo de 11 senadores aliados ao governo.
O ministério era chefiado, até semana passada, pelo general da reserva Walter Braga Netto, que deixou o posto para viabilizar a sua candidatura a vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.
O orçamento secreto é um mecanismo criado no governo Bolsonaro para contemplar aliados com uma fatia do Orçamento em troca de apoio no Congresso. O GLOBO revelou que a pasta militar também utilizou esse mecanismo político de repasses de recursos públicos sem transparência e critério claro. A informação só veio à tona graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que obrigou a divulgação desses dados.
A construção de campos de futebol em cidades selecionadas pelos parlamentares também está na lista. Em 29 de setembro do ano passado, por exemplo, o governo liberou R$ 4,5 milhões para seis campos de grama sintética em seis bairros de Macapá, capital do Amapá.
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