Política

Orçamento dos colégios militares não sofrerá cortes, diz governo

Porta-voz do governo declarou que, diferente de universidades e IFs, os colégios militares gozam da autonomia financeira das Forças Armadas

Orçamento dos colégios militares não sofrerá cortes, diz governo
Orçamento dos colégios militares não sofrerá cortes, diz governo
Comemoração dos dos 130 anos do Colégio Militar do Rio (Foto: Fernando Frazão/EBC)
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A tesourada no orçamento das universidades e institutos federais, anunciada pelo Ministério da Educação, não chegará aos colégios militares. A informação foi repassada pelo porta-voz da presidência Otávio Rêgo Barros, em coletiva na noite de segunda-feira 6.

O orçamento de todas as universidades e dos institutos federais encolherá 30% a partir do próximo semestre. O corte atinge despesas como água, luz, telefone, insumos para pesquisa e funcionários terceirizados. Algumas instituições, como a Universidade Federal do Paraná, podem parar já nos próximos meses.

Barros declarou que, diferente dessa instituições, os colégios militares gozam da autonomia financeira das Forças Armadas — e por isso não serão atingidos. “A Força Nacional tem autonomia na definição das prioridades dos recursos orçamentários das suas organizações”, justificou.

O porta-voz também defendeu a medida, dizendo tratar-se de uma ‘reestruturação’, e não de um corte. Segundo ele, a medida é vista pelo presidente Jair Bolsonaro como ‘inversão da pirâmide’: priorizar o ensino básico e fundamental em detrimento da educação superior. “Essa inversão vai ao encontro de suas propostas durante a campanha presidencial”, completou.

Bolsonaro durante comemorações dos 130 anos do Colégio Militar do Rio (Foto: Fernando Frazão/EBC)

A valorização dos colégios militares é uma das grandes bandeiras do governo, considerado modelo de ensino rígido e disciplina. Mas essas qualidades não são para todos. Estima-se que cada aluno militar custe aos cofres públicos três vezes mais que um estudante da rede pública. Há apenas treze colégios militares no Brasil — os colégios têm piscina, laboratórios, salas e professores bem remunerados. Filhos de militares têm prioridade na matrícula.

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