Política
Oposição vai pedir a cassação de deputado bolsonarista preso
Daniel Silveira foi detido em flagrante pela Polícia Federal após divulgar um vídeo com discurso de ódio contra os integrantes do STF
O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), afirmou que os partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro vão pedir a cassação do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi preso na terça-feira 16 após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A Câmara decide hoje se mantém a determinação do magistrado.
“O desrespeito à Constituição tem que ser cobrado. O deputado precisa responder legalmente e também na Comissão de Ética da Casa”, disse Verri nesta quarta-feira 17 em conversa com CartaCapital.
“As declarações ferem a Constituição e são antidemocráticas. Nós entendemos que a prisão foi correta e vamos, juntos com partidos de oposição, entrar com pedido de cassação”, acrescentou.
O deputado Daniel Silveira, depois de preso por atentar contra o sistema pelo qual foi eleito, a democracia, deve ser cassado. Todo dia o bolsonarismo mostra suas garras contra a democracia, um valor caro demais ao Brasil e que deve ser protegido de candidatos a ditadores.
— Enio Verri (@enioverri) February 17, 2021
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) reforçou a posição. “O deputado buscou essa exposição. Temos é que cassar o mandato. Só assim terá prejuízo político real. Sobram motivos. Ele sempre ameaça atirar na esquerda”, escreveu em uma rede social.
O bolsonarista Daniel Silveira tem sua atuação política baseada inteiramente em provocações e atos de violência. Seu ódio pela democracia é notório. Em memória de Marielle Franco e das vítimas da ditadura, lutaremos pela cassação do mandato desse criminoso no Conselho de Ética.
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) February 17, 2021
Silveira foi preso em flagrante pela Polícia Federal, depois de divulgar um vídeo com discurso de ódio contra os integrantes do STF.
Moraes, que expediu o mandado de prisão, entrou em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), logo depois de assinar a decisão.
Pelo Twitter, Lira disse que o episódio será administrado com respeito à opinião da maioria da Casa.
Como sempre disse e acredito, a Câmara não deve refletir a vontade ou a posição de um indivíduo, mas do coletivo de seus colegiados, de suas instâncias e de sua vontade soberana, o Plenário.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) February 17, 2021
Para isso, irei me guiar pela única bússola legítima no regime democrático, a Constituição. E pelo único meio civilizado de exercício da Democracia, o diálogo e o respeito à opinião majoritária da Instituição que represento.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) February 17, 2021
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), primeiro vice-presidente da Câmara, afirmou que as declarações de Daniel são reprováveis, mas que é preciso haver um debate técnico sobre o flagrante.
As declarações são absolutamente reprováveis com o Judiciário que tem seus defeitos, mas que simboliza a Democracia em conjunto com o Legislativo e o Executivo, esses também imperfeitos. A questão a ser debatida é sobre a caracterização do flagrante que justificou a prisão.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) February 17, 2021
Após a prisão, deputados bolsonaristas atacaram o ministro Alexandre. Em uma rede social, Carlos Jordy chegou a chamar o magistrado de vagabundo.
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