O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, esteve presente em atos anti-democráticos que ocorreram em frente ao Palácio da Alvorada no domingo 03. No mesmo evento, manifestantes pró-Jair Bolsonaro chegaram a empenhar novamente faixas de pedidos de fechamento do Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, além de terem agredido jornalistas que cobriam o ato.
Em um vídeo publicado pelo jornalista Guilherme Amado, é possível ver o ministro, que também é deputado eleito pelo Rio Grande do Sul com o partido Democratas, justificando a presença na manifestação. Ele usa a máscara de proteção no queixo, o que caracteriza um uso não correto para proteger-se contra a contaminação pelo coronavírus.
“Eu vim agradecer o carinho dos brasilienses e das pessoas de foram que vieram aqui, que estão trazendo o seu apoio, sua fé, a certeza de que o Brasil vai continuar no rumo certo. O rumo certo do Brasil é o presidente Jair Bolsonaro. Obrigado a todos, em nome de Jesus”, diz Lorenzoni. É possível ver o trecho em que o ministro aparece abaixo.
A presença de um ministro de Estado em atos que atentam à democracia também podem se encaixar nos crimes de responsabilidade previstos pelas leis brasileiras. De acordo com a Lei 1079, “são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra […] o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados”.
No entanto, os pedidos de impeachment contra o próprio presidente Jair Bolsonaro, que também enfatiza o apoio aos manifestantes mesmo com mais de 100 mil casos e 6 mil mortes em decorrência do coronavírus no Brasil, ainda estão parados no presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não parece analisar nenhuma das solicitações por ora.
Até o fechamento desta matéria, o ministro Onyx Lorenzoni não havia se manifestado sobre sua presença nos atos antidemocráticos e nem retornado ao pedido de nota da CartaCapital sobre o ocorrido.
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