ONU pede punição a todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro

Porta-voz da ONU disse que sociedade brasileira precisa “saber toda a verdade” sobre o ocorrido

Registro dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

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O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu às autoridades do Brasil que descubram e punam todos os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, incluindo aqueles que os financiaram e os planejaram.

A mensagem da entidade foi divulgada pela sua porta-voz, Liz Throssell, na última segunda-feira 8, quando os ataques e vandalização aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, completaram um ano. No texto, ela afirma que a sociedade brasileira precisa “saber toda a verdade” sobre o ocorrido.

“Os ataques do ano passado, resultado de desinformação sobre as eleições democráticas e incitamento à violência por lideres políticos, sociais e econômicos, foram uma ameaça extremamente séria à democracia. As pessoas no Brasil precisam saber toda a verdade e não deve haver impunidade, nem para os que praticaram os ataques, nem para quem ordenou, financiou ou os facilitou”, disse.

“Apelamos às autoridades para conduzirem investigações imparciais, eficazes e transparentes em tempo hábil para levar os responsáveis a responderem, em conformidade com os padrões dos Direitos Humanos Internacionais”, acrescentou.

O escritório da ONU também saudou os esforços do atual governo em retomar os esforços para fortalecer o espaço democrático e “ampliar a confiança, participação e inclusão na sociedade através de programas e políticas dedicadas.”

Sem perdão

Em seu discurso, no evento Democracia Inabalada, também na segunda-feira 8, o presidente Lula defendeu uma punição exemplar a todos que tiveram qualquer participação nos atos golpistas. Lula ainda afirmou que o perdão “soaria como impunidade.”


Já o ministro do Supremos Tribunal Federal Alexandre de Moraes, um dos principais alvos dos vândalos na invasão ao prédio da Corte, garantiu que todos os envolvidos serão responsabilizados. “Todos, absolutamente todos aqueles que pactuaram covardemente com a quebra da democracia e a tentativa de instalação de um Estado de exceção serão devidamente investigados, processados e responsabilizados na medida de suas culpabilidades”.

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1 comentário

joao medeiros 18 de janeiro de 2024 17h38
O nosso país deve dar o exemplo punindo estes extremistas golpistas, deixando claro que a eleição escolhe um chefe de estado e governo da nação, através do voto secreto e universal, em vez de um representante de grupos fundamentalistas! Deixando claro, definitivamente, que a função do escolhido, pela maioria absoluta dos votos, é defender os interesses nacionais em conformidade com as normas nacionais e internacionais, sem idolatria, discriminação ou, qualquer outro atentado, contra a diplomacia e a politica universal, exposta na declaração de direitos humanos. Fora isto é continuar sendo conivente, leniente e incitador deste espírito hipocrita, odioso e malígno em nosso meio social, ambiental e econômico.

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