Política

OAB acusa ministro da Educação de “chantagem” em contingenciamentos

Entidade moveu ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra bloqueios financeiros às universidades

OAB acusa ministro da Educação de “chantagem” em contingenciamentos
OAB acusa ministro da Educação de “chantagem” em contingenciamentos
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Abraham Weintraub (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar sobre os atos de contingenciamento das verbas de educação superior. O órgão entrou com uma Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), na terça-feira 18. O documento pede suspensão dos cortes e classifica as medidas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, como “retaliação” e “chantagem”.

O líder da pasta afirmou, no fim de abril, que congelaria verbas das universidades que promoviam “balbúrdia” nos campi. Em seguida, estendeu os cortes para todas as universidades federais. A quantia suspensa é de cerca de 2 bilhões de reais. Para a OAB, os motivos dos cortes não são “republicanos”.

“As alegações do ministro indicam objetivos não republicanos, seja de retaliação a universidades consideradas incômodas ao governo, seja de chantagem para usar os recursos da pasta como moeda de troca visando à obtenção de respaldo político a pautas do Poder Executivo”, defende o documento.

A OAB afirma que inexiste qualquer motivação para embasar a forma, os valores, e os destinatários do contingenciamento e diz que a medida viola a autonomia universitária. Além disso, reforça que os cortes atacam as condições mínimas de manutenção das instituições atingidas: “Os bloqueios, de forma evidente e inquestionável, afetam a possibilidade de funcionamento regular das universidades, ofendendo, ainda, o princípio da continuidade da prestação dos serviços públicos”.

Não há previsão de data para que o Supremo emita parecer sobre a ação. No dia 12 de junho, a Justiça chegou a derrubar uma liminar que barrava os contingenciamentos na educação superior, via Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A decisão não viu ilegalidades no bloqueio.

Segundo o governo, o bloqueio foi feito em cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe ao Poder Público o dever de limitar a movimentação financeira quando a arrecadação não for compatível com as metas de resultado primário ou nominal. A restrição de verbas provocou grandes mobilizações nos dias 15 e 30 de maio, em todos os estados do país.

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