Política
O que se sabe sobre a discussão entre Gleisi Hoffmann e um influencer do MBL no aeroporto de Natal
O deputado Fernando Mineiro (PT-RN), que estava com ela no momento, saiu em sua defesa, dando com um tapa na mão do homem que fazia as filmagens para o influenciador; PF será acionada


Ao chegar em Natal (RN) para cumprir agenda no final de semana, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi abordada no aeroporto pelo influenciador Matheus Faustino, membro do Movimento Brasil Livre (MBL).
Faustino esperava o desembarque da parlamentar, e, assim que avistou Gleisi, iniciou uma série de provocações gravadas em um vídeo. Ele questionava, por exemplo, o número de feminicídios registrados no País. A deputada, como se vê nas imagens, não respondeu. Após a negativa, o membro do MBL então aponta para a parlamentar e diz: “primeira senadora ré na Lava Jato”.
Diante da acusação, Gleisi, que foi absolvida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018, reage: “idiota”.
Nas redes sociais, após o episódio, a presidenta do PT afirmou ter sido atacada pelo homem. Ela diz também que levou o caso à Polícia Federal para investigações cabíveis:
“O elemento que me agrediu já é denunciado pelo Ministério Público por vários crimes cometidos nas redes sociais, e também por agressão a outras pessoas. Ele serve à essa turma bolsonarista. É um cachorro do fascismo, que usa esses métodos para tentar intimidar e constranger as pessoas”, disse ela na mensagem.
“Já acionamos a Polícia Federal e estamos tomando as medidas judiciais. Logo esse elemento terá de responder financeiramente a mim e criminalmente à sociedade”, finalizou.
Uma gravação publicada por Faustino, por sua vez, mostra somente o momento em que o deputado Fernando Mineiro (PT-RN) saiu em defesa de Gleisi e derruba o celular do homem que fazia as filmagens para o influenciador. Na sequência, o parlamentar puxa o braço do membro do MBL e o leva ao chão. Ao partir para cima do homem o deputado diz: “Fascista eu quebro no pau”. A briga, depois, parece apartada.
Em reação ao ocorrido, o fundador do MBL, deputado Kim Kataguiri (União-PR), afirmou, em rede social, que entrará com representação no Conselho de Ética contra o deputado do Rio Grande do Norte.
“Ele tentou arrancar o celular da equipe do Faustino após questionar a Gleisi Hoffmann. Entrar em luta corporal contra cidadãos que estavam fazendo questionamentos não é condizente com a ética parlamentar, uma clara quebra de decoro”.
Nas redes sociais, Mineiro confirmou as vias de fato, mas alega ter agido em defesa da deputada, “vítima de ataques misóginos”.
“Hoje a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi, foi vítima de ataques misóginos por bolsonaristas no aeroporto de Natal. Eu estava lá para recebê-la e as provocações terminaram em agressões físicas. Não foi a primeira vez que esse grupo agiu dessa forma”, escreveu o parlamentar.
Ele alega que o autor dos ataques é o mesmo que hostilizou Marcelo Freixo, presidente da Embratur, durante sua passagem pelo estado. Diz, então, não tolerar a repetição de agressões criminosas. Reforça, por fim, a informação de que levou o caso à PF.
Já estamos tomando as providências cabíveis na Justiça para que esse grupo seja punido por suas atitudes e cessem os ataques contra nós. Não temos medo e não vamos recuar diante de qualquer tipo de agressão que esse ou outros grupos de bolsonaristas venham a fazer.
— Fernando Mineiro (@mineiroptrn) March 15, 2024
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