Economia

O que acontece após o STF reconhecer omissão do Congresso na taxação de grandes fortunas

A decisão da Corte não fixa um prazo para o Parlamento editar uma lei complementar

O que acontece após o STF reconhecer omissão do Congresso na taxação de grandes fortunas
O que acontece após o STF reconhecer omissão do Congresso na taxação de grandes fortunas
O ministro Cristiano Zanin durante o julgamento dos réus do núcleo 1 da trama golpista. Foto: Evaristo Sa/AFP
Apoie Siga-nos no

A maioria do Supremo Tribunal Federal concluiu nesta quinta-feira 6 haver omissão do Congresso Nacional por não regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas. O próximo passo será a redação do acórdão do julgamento por Cristiano Zanin, por ter sido o primeiro ministro a seguir o voto do relator original, Marco Aurélio Mello (hoje aposentado).

A decisão da Corte, porém, não fixa um prazo para o Parlamento editar uma lei complementar nesse sentido.

“O Estado brasileiro está se esforçando para discutir e aplicar o melhor modelo desse tributo”, disse Zanin. “Por isso, deixo de fixar prazo, acompanhando o relator, mas por fundamento diferente.”

Seguiram esse entendimento os ministros Kassio Nunes Marques, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Flávio Dino divergiu parcialmente e propôs um prazo de 24 meses para o Congresso elaborar a lei complementar. Segundo ele, a omissão é “gritante, eloquente e insuportável”, por afrontar o princípio da capacidade contributiva e manter um sistema tributário desproporcional.

A divergência completa ficou a cargo de Luiz Fux, ao votar por rejeitar a ação sob o argumento de que não há omissão. André Mendonça não participou do julgamento por ser o sucessor de Marco Aurélio, enquanto Edson Fachin e Gilmar Mendes justificaram a ausência na sessão.

O artigo 153, inciso VII, da Constituição Federal estabelece que cabe à União instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas, “nos termos de lei complementar”. Ao acionar o STF, o PSOL argumentou que, mais de três décadas após a promulgação da Carta Magna, esse dispositivo “permanece letra morta”, exatamente por falta da lei complementar.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo