Política

O PT espera Lula no Nordeste

Nas capitais e no interior, o Partido dos Trabalhadores sofre para derrotar rivais, como o PSDB e o DEM, mas também aliados, como o PSB de Eduardo Campos

Senador Humberto Costa (PT-PE) ganhou o apoio de Lula no início da campanha
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Na próxima semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar algumas cidades do Nordeste. A expectativa dos petistas é que, depois de passar a primeira parte da campanha gravando mensagens e tirando fotos, Lula consiga transferir votos com seu apoio pessoal aos candidatos do partido. Se Lula tiver sucesso nesta empreitada, será um reforço e tanto para o PT. Os números mostram que a sigla pode acumular derrotas amargas para rivais, mas também para aliados, numa região considerada estratégica para o projeto nacional petista.

Nos 14 maiores colégios eleitorais do Nordeste, aqueles em que há possibilidade de segundo turno, o PT tem três prefeitos – em Recife, Fortaleza e Vitória da Conquista – e dois vices – em Aracaju e Olinda. De acordo com as pesquisas divulgadas até aqui, o PT pode sair das eleições com apenas um prefeito e um vice nesses 14 municípios. Será uma queda e tanto tendo em vista a importância da região. Em 2010, a presidenta Dilma Rousseff foi eleita com 10 milhões de votos a mais que José Serra (PSDB) no Nordeste, uma vantagem que, se não foi decisiva, ajudou a tornar sua vitória maiúscula. Com o PT longe de algumas prefeituras, a situação poderia ficar mais complicada em 2014.

Dessas cinco cidades em que o PT está na prefeitura ou na vice-prefeitura, o partido é ameaçado pelo DEM, um de seus principais opositores no campo nacional, em duas delas. Em Fortaleza, Moroni Torgan lidera com 24%, segundo o Ibope. O petista Elmano de Freitas (14%) disputa com Roberto Cláudio (PSB), que tem 16%, a vaga no segundo turno. Em Aracaju, a chapa formada pelo prefeito Valadares Filho (PSB) e pela vice Conceição Vieira (PT) tem 30% das intenções de voto, segundo o Ibope. João Alves Filho (DEM) tem 54% das intenções e pode levar no primeiro turno.

Na outra capital em que comanda o Executivo, o Recife, o PT segue sofrendo com o baque de seu racha interno. Com o apoio do governador Eduardo Campos (PSB), Geraldo Júlio (PSB) disparou nas pesquisas e já tem sete pontos porcentuais de vantagem contra o senador Humberto Costa (PT).

A situação é mais confortável para o PT nas cidades do interior. Em Vitória da Conquista (BA), o prefeito Guilherme Menezes (PT) deve ser reeleito no primeiro turno. Em Olinda (PE), o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), que tem o petista Enildo Arantes como vice, lidera com 34% dos votos contra 11% de Izabel Urquiza (PMDB), segundo o instituto Exatta.

Onde o PT não é governo

Se o PT está com dificuldades onde já tem cargos, as perspectivas não parecem muito melhores onde o partido é oposição. Nas outras seis capitais nordestinas, o PT tem candidatos em cinco delas. A situação menos desfavorável é a de Salvador, que já não é fácil. Na capital baiana, o deputado federal ACM Neto (DEM) tem se mantido constante na primeira colocação nas pesquisas e pode ser eleito no primeiro turno. O petista Pelegrino (16%) é considerado um candidato pouco conhecido dos soteropolitanos e aposta na presença de Lula para subir.

Em Natal, Teresina e João Pessoa, os candidatos do PT estão em terceiro lugar, segundo as últimas pesquisas. Em São Luís, o petista na disputa é só o quarto colocado. Em três dessas quatro capitais – Teresina, João Pessoa e São Luís – candidatos do PSDB, o maior rival nacional do PT, devem ir ao segundo turno. Em Maceió, o PT não tem candidato próprio e apoia Ronaldo Lessa (PDT), atualmente empatado com Rui Palmeira, outro tucano, em primeiro lugar.

Nas cidades do interior que completam a lista dos 14 maiores colégios eleitorais do Nordeste, o PT também tem problemas. Em Feira de Santana (BA), José Ronaldo (DEM) liderava com 76% das intenções de voto em 13 de agosto, enquanto o petista Zé Neto tinha apenas 8%. Em Campina Grande (PB), Alexandre Almeida (PT) tinha só 1% dos votos em pesquisa de 18 de agosto. Em Jaboatão dos Guararapes (PE), onde o PT ocupa a vice na chapa de Paulo Bartolomeu (PRB), não há pesquisas de opinião recentes.

Outras cidades


Em outras cidades importantes do interior nordestino, mas onde não há segundo turno, as dificuldades do PT também são claras. O atual prefeito de Juazeiro do Norte (CE), Manuel Santana (PT), tem rejeição de 58% segundo pesquisa Ibope de 18 de agosto e intenção de voto quatro vezes menor que a do deputado federal Raimundo Macedo (PMDB).

Em Petrolina (PE), o petista na disputa também não aparece em primeiro lugar. A provável derrota, ao menos, também devem se contra partido da base aliada de Dilma, o PMDB. Em Caucaia (CE), o candidato apoiado pelo PT, Washington Góis (PRB), está em segundo lugar de acordo com o Ibope, atrás de Inês Arruda (PMDB), com 39%.

Uma das poucas boas notícias para o PT vem de Mossoró (RN). Larissa Rosado (PSB), cujo vice é petista, aparece em primeiro lugar nas pesquisas na cidade.

Na próxima semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar algumas cidades do Nordeste. A expectativa dos petistas é que, depois de passar a primeira parte da campanha gravando mensagens e tirando fotos, Lula consiga transferir votos com seu apoio pessoal aos candidatos do partido. Se Lula tiver sucesso nesta empreitada, será um reforço e tanto para o PT. Os números mostram que a sigla pode acumular derrotas amargas para rivais, mas também para aliados, numa região considerada estratégica para o projeto nacional petista.

Nos 14 maiores colégios eleitorais do Nordeste, aqueles em que há possibilidade de segundo turno, o PT tem três prefeitos – em Recife, Fortaleza e Vitória da Conquista – e dois vices – em Aracaju e Olinda. De acordo com as pesquisas divulgadas até aqui, o PT pode sair das eleições com apenas um prefeito e um vice nesses 14 municípios. Será uma queda e tanto tendo em vista a importância da região. Em 2010, a presidenta Dilma Rousseff foi eleita com 10 milhões de votos a mais que José Serra (PSDB) no Nordeste, uma vantagem que, se não foi decisiva, ajudou a tornar sua vitória maiúscula. Com o PT longe de algumas prefeituras, a situação poderia ficar mais complicada em 2014.

Dessas cinco cidades em que o PT está na prefeitura ou na vice-prefeitura, o partido é ameaçado pelo DEM, um de seus principais opositores no campo nacional, em duas delas. Em Fortaleza, Moroni Torgan lidera com 24%, segundo o Ibope. O petista Elmano de Freitas (14%) disputa com Roberto Cláudio (PSB), que tem 16%, a vaga no segundo turno. Em Aracaju, a chapa formada pelo prefeito Valadares Filho (PSB) e pela vice Conceição Vieira (PT) tem 30% das intenções de voto, segundo o Ibope. João Alves Filho (DEM) tem 54% das intenções e pode levar no primeiro turno.

Na outra capital em que comanda o Executivo, o Recife, o PT segue sofrendo com o baque de seu racha interno. Com o apoio do governador Eduardo Campos (PSB), Geraldo Júlio (PSB) disparou nas pesquisas e já tem sete pontos porcentuais de vantagem contra o senador Humberto Costa (PT).

A situação é mais confortável para o PT nas cidades do interior. Em Vitória da Conquista (BA), o prefeito Guilherme Menezes (PT) deve ser reeleito no primeiro turno. Em Olinda (PE), o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), que tem o petista Enildo Arantes como vice, lidera com 34% dos votos contra 11% de Izabel Urquiza (PMDB), segundo o instituto Exatta.

Onde o PT não é governo

Se o PT está com dificuldades onde já tem cargos, as perspectivas não parecem muito melhores onde o partido é oposição. Nas outras seis capitais nordestinas, o PT tem candidatos em cinco delas. A situação menos desfavorável é a de Salvador, que já não é fácil. Na capital baiana, o deputado federal ACM Neto (DEM) tem se mantido constante na primeira colocação nas pesquisas e pode ser eleito no primeiro turno. O petista Pelegrino (16%) é considerado um candidato pouco conhecido dos soteropolitanos e aposta na presença de Lula para subir.

Em Natal, Teresina e João Pessoa, os candidatos do PT estão em terceiro lugar, segundo as últimas pesquisas. Em São Luís, o petista na disputa é só o quarto colocado. Em três dessas quatro capitais – Teresina, João Pessoa e São Luís – candidatos do PSDB, o maior rival nacional do PT, devem ir ao segundo turno. Em Maceió, o PT não tem candidato próprio e apoia Ronaldo Lessa (PDT), atualmente empatado com Rui Palmeira, outro tucano, em primeiro lugar.

Nas cidades do interior que completam a lista dos 14 maiores colégios eleitorais do Nordeste, o PT também tem problemas. Em Feira de Santana (BA), José Ronaldo (DEM) liderava com 76% das intenções de voto em 13 de agosto, enquanto o petista Zé Neto tinha apenas 8%. Em Campina Grande (PB), Alexandre Almeida (PT) tinha só 1% dos votos em pesquisa de 18 de agosto. Em Jaboatão dos Guararapes (PE), onde o PT ocupa a vice na chapa de Paulo Bartolomeu (PRB), não há pesquisas de opinião recentes.

Outras cidades


Em outras cidades importantes do interior nordestino, mas onde não há segundo turno, as dificuldades do PT também são claras. O atual prefeito de Juazeiro do Norte (CE), Manuel Santana (PT), tem rejeição de 58% segundo pesquisa Ibope de 18 de agosto e intenção de voto quatro vezes menor que a do deputado federal Raimundo Macedo (PMDB).

Em Petrolina (PE), o petista na disputa também não aparece em primeiro lugar. A provável derrota, ao menos, também devem se contra partido da base aliada de Dilma, o PMDB. Em Caucaia (CE), o candidato apoiado pelo PT, Washington Góis (PRB), está em segundo lugar de acordo com o Ibope, atrás de Inês Arruda (PMDB), com 39%.

Uma das poucas boas notícias para o PT vem de Mossoró (RN). Larissa Rosado (PSB), cujo vice é petista, aparece em primeiro lugar nas pesquisas na cidade.

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