Política
O ponto em comum entre Nunes, Tarcísio e ministro de Lula após o apagão em São Paulo
Até o início da tarde deste domingo 13, cerca de 900 mil clientes da Enel continuavam sem energia elétrica
O novo caso de apagão na Grande São Paulo, após as chuvas da última sexta-feira 11, levou o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), a subirem o tom contra a Enel.
Até a tarde deste domingo 13, cerca de 760 mil clientes da concessionária em São Paulo continuavam sem energia elétrica. Na capital paulista, eram 496 mil os clientes no escuro.
Nunes afirmou esperar que São Paulo “possa se livrar dessa empresa”, enquanto seu aliado Tarcísio disse que, se o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica tiverem respeito com os paulistas, “o processo de caducidade será aberto imediatamente”.
Silveira, por sua vez, criticou a Aneel e afirmou que a agência demonstra “falta de compromisso com a população” por não ter dado prosseguimento a um processo que poderia ter levado à caducidade da distribuidora.
Caducidade é um termo técnico utilizado quando contratos e dívidas, por exemplo, deixam de ser válidos devido ao vencimento de um prazo ou a outro fato. No caso da Enel, levaria à extinção da concessão do serviço público por inexecução do contrato.
A queda na energia elétrica em São Paulo também turbinou a ofensiva de Guilherme Boulos (PSOL) sobre Ricardo Nunes, em meio ao segundo turno da eleição na capital. O psolista protocolou no sábado uma representação no Ministério Público contra a Enel e a prefeitura.
No caso da empresa, Boulos pede a abertura de uma investigação sobre a conduta em caso de fortes chuvas, a apresentação de um plano emergencial para restabelecer a energia em temporais e uma multa de 50 milhões de reais por dia de apagão.
Também cobra uma apuração contra a prefeitura pela “ineficiência da atual política pública de manejo e poda de árvores” e exige um plano emergencial para esse serviço.
“Não se pode alegar que sejam fatos isolados ou que se trate de um evento climático inesperado, pois a cidade tem sido atingida por eventos semelhantes todos os anos, mas repetidamente tem sofrido as consequências da queda de árvores que não foram efetivamente podadas e manejadas de forma preventiva pelos órgãos competentes”, diz um trecho da representação.
Segundo Boulos, Nunes se esquiva da responsabilidade ao culpar apenas a Enel. “Cabe à prefeitura traçar planos de prevenção e contenção desses eventos climáticos que reiteradamente atingem a capital.”
Eventuais impactos eleitorais do apagão serão conhecidos nos próximos dias, com a divulgação de uma série de pesquisas de intenção de voto. Veja a lista aqui.
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