Política

O narcotráfico e o crime organizado é que estão comprando armas, diz Lula sobre política de Bolsonaro

Diante de atletas e jornalistas esportivos, o ex-presidente ainda criticou a violência política potencializada pelo bolsonarismo

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) criticou nesta terça-feira 27 a política armamentista do governo de Jair Bolsonaro (PL). Para o petista, os decretos do ex-capitão beneficiam apenas o crime organizado e ajudam a intensificar a violência política no Brasil.

As declarações finalizaram o discurso de Lula para atletas e jornalistas esportivos que se reuniram em apoio a sua candidatura.

“Nós temos um presidente que não entregou um livro, mas está liberando a venda de armas, e a venda de armas não vai para pessoas boas. Quem está comprando armas é o narcotráfico e é o crime organizado”, criticou Lula. “Antes, quando o crime organizado queria armas, ele roubava um arsenal do Exército do Rio de Janeiro, da Polícia de São Paulo. Agora, não. Ele compra.”

Na sequência, Lula afirmou que o crime organizado “pode comprar duas mil balas, quatro ou cinco fuzis, metralhadora e pistola” e questionou: “ora, qual é o cidadão de bem que quer tantas armas?”.

Pouco antes, o ex-presidente avaliou que essa política, uma das principais bandeiras de Bolsonaro, é um dos motivos por trás do aumento da violência política no Brasil:

“O bolsonarismo representa uma parte daquilo que a gente pensava que não existia. A gente tinha pensado que a direita tinha ficado civilizada”, destacou. “Aqui em São Paulo fazia campanha contra o Maluf, todo mundo xingava e não tinha violência, era violência verbal. Hoje, não”, completou, após citar as mortes de ao menos três de seus apoiadores que foram vítimas de bolsonaristas.

Com uma plateia formada por atletas e jornalistas esportivos, Lula prometeu retomar uma política de incentivo ao esporte, citando o bolsa-atleta e a abertura de novos espaços para diferentes modalidades. A todo momento, no entanto, reforçou que será necessária a participação dos envolvidos para formular os detalhes do plano.

“Se eu ganhar as eleições, vocês têm que aproveitar o fato de que eu não sou especialista em nada, mas tenho vontade de fazer tudo. E, como não sou especialista e tenho vontade, esse é o momento de vocês dizerem o que tem que fazer.”

Durante o evento, Lula garantiu aos atletas que sua política de incentivo ao esporte deverá estar atrelada ao novo modelo de investimento em educação no Brasil, em especial na construção de novas escolas.

“O que precisamos fazer é uma revolução, é mudar a visão da prática esportiva na cabeça dos governantes”, explicou. “A nossa política de esporte tem que pensar em tudo e começa pelo comportamento das prefeituras e pela formação das nossas escolas. Se não tiver espaço, não tem a prática de esportes que sonhamos.”

O petista ainda cobrou que clubes profissionais abram mais espaços para temas políticos. Segundo ele, é preciso que dirigentes forneçam aos atletas formação política, em especial para que reduzir os casos de racismo.

“Deveriam permitir que essa meninada que chega no clube com 6 ou 8 anos de idade aprendesse, além de jogar futebol, outras coisas, sobretudo uma conscientização sobre os problemas sociais deste País”, defendeu o petista.

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