Política

“O lado podre do Estado brasileiro fez isso comigo”, diz Lula ao sair da prisão

Ex-presidente foi libertado nesta sexta-feira após decisão do STF que proíbe prisão em segunda instância

“O lado podre do Estado brasileiro fez isso comigo”, diz Lula ao sair da prisão
“O lado podre do Estado brasileiro fez isso comigo”, diz Lula ao sair da prisão
Ex-Presidente Lula durante entrevista na sede do PT Nacional (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
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O ex-presidente Lula deixou, na tarde desta sexta-feira 8, a prisão após o juiz federal titular da 12ª Vara de Execuções Penais, Danilo Pereira Júnior, acatar o pedido de sua defesa. Na saída, milhares de manifestantes esperavam o ex-presidente que fez um discurso emocionado. “O lado podre do Estado brasileiro fez isso comigo. O lado pobre da justiça, o lado pobre do MP, o lado podre da PF, o lado podre da RF. Trabalharam pra minimizar o PT, para minimizar o Lula”, disse o petista.

O ex-presidente anunciou, também, que vai iniciar uma caravana pelo Brasil contra os retrocessos do governo Bolsonaro. “Eu estou indo para São Paulo, vou falar lá amanhã, e depois as portas do Brasil estão abertas pra eu percorrer”, afirmou.

Lula agradeceu a todos do acampamento, que estiveram todos esses 580 dias em frente à Polícia Federal, e também autoridades políticas que estavam ao seu lado no palco.  “Saio com o maior sentimento de agradecimento que um ser humano pode ter por outro, é o que eu tenho por vocês. Eu não tenho magoa de ninguém. Eu quero provar que esse pais pode ser melhor”.

Ex-presidente Lula ao deixar a prisão.
Foto: Eduardo Matysiak

Lula, que ficou 580 dias preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, aguardará a conclusão do seu processo em liberdade. O pedido da defesa foi baseado na decisão do STF desta quinta-feira 7, que por maioria proibiu a prisão após o julgamento de segunda instância. Lula estava preso desde abril de 2018, após ser condenado a 12 anos e 8 meses pelo TRF-4 no processo do tríplex do Guarujá (SP).

Em julho de 2017, Lula havia sido condenado pelo então juiz da Lava Jato na primeira instância, Sérgio Moro, que atualmente é o ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.

Os advogados do ex-presidente sempre negaram as acusações, sustentando que o julgamento foi político para proibir que Lula concorresse nas eleições de 2018, a qual ele estava em primeiro lugar nas pesquisas.

O petista seguirá para o encontro com militantes no acampamento em frente à Superintendência da Policia Federal de Curitiba e depois parte para São Bernardo do Campo, em São Paulo.

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