Política

O futuro do PT com a indicação de Gleisi para a articulação política

Eleições internas para indicar a nova liderança do partido só devem acontecer em 6 de julho. Até lá, um nome deve ser escolhido para um mandato-tampão

O futuro do PT com a indicação de Gleisi para a articulação política
O futuro do PT com a indicação de Gleisi para a articulação política
A presidenta do PT e futura ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann. Foto: Alessandro Dantas/PT
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O anúncio de que a atual comandante do PT, Gleisi Hoffmann (PR), assumirá a articulação política do governo Lula após o carnaval dá início à disputa sobre quem ficará à frente do partido até as eleições internas, prevista para 6 de julho.

Dirigentes ouvidos por CartaCapital afirmam que o senador Humberto Costa, de Pernambuco, desponta com mais chances de assumir o mandato-tampão na sigla. Além dele, o partido conta com outros quatro vice-presidentes: José Guimarães (CE), Washington Quaquá (RJ), Luiz Dulci (MG) e Zé Geraldo (PA) – todos da mesma corrente de Gleisi, a Construindo um Novo Brasil.

Os dois primeiros são, respectivamente, líder do governo Lula na Câmara e prefeito de Maricá, na baixada fluminense. Logo, a possibilidade deles focarem na condução do partido pelos próximos meses é vista como remota. Restam Dulci e Geraldo que, apesar de não terem mandato, são apontados como personagens de pouca interlocução com as demais tendências do PT.

Gleisi tomará posse em 10 de março e terá de se licenciar do comando da sigla por recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência. O órgão proíbe que ministros de Estados acumulem a função, uma vez que comandam um gordo orçamento. A deputada petista assumirá a cadeira de Alexandre Padilha (SP), escolhido para chefiar o Ministério da Saúde.

Nos bastidores, menciona-se a possibilidade de antecipar o processo de escolha do futuro comandante da sigla. Essa hipótese, porém, teria poucas chances de prosperar, uma vez que o Processo de Eleição Direta no PT renovaria não apenas a cúpula do diretório nacional, mas as instâncias estaduais e municipais também.

Outra opção seria o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, nome que conta com apoio de Lula para suceder a atual presidenta, assumir o mandato-tampão e tentar a reeleição já sentado na cadeira. Só que isso implicaria em presidir a legenda com uma direção com a qual não possui alinhamento direto.

Se dependesse apenas do presidente da República, Edinho já teria assumido as rédeas do partido. Uma ala à esquerda da sigla, porém, tem ressalvas quanto ao perfil moderado dele. A definição do sucessor de Gleisi não é uma escolha simples por alguns motivos. Ela foi a dirigente mais longeva, à frente do cargo por oito anos consecutivos.

A expectativa é que o partido aposte em um perfil mais moderado e conciliador com Edinho na presidência. O ex-prefeito é aliado, por exemplo, de Fernando Haddad. Não raro, o ministro da Fazenda é criticado por correligionários pelo que consideram uma política econômica “pró-mercado”.

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