Economia

O Brasil precisa de política com ‘p’ maiúsculo, diz Haddad sobre conversa com Tarcísio

O ministro da Fazenda afirmou não ter se preocupado com Bolsonaro ao discutir a reforma tributária com o governador paulista

Ministro Fernando Haddad fala com jornalistas após reunião com Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nas tratativas sobre a reforma tributária foi institucional. O petista acrescentou não ter se preocupado com a reação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que criticou Tarcísio pelo apoio à proposta.

“O Brasil está precisando de política com ‘p’ maiúsculo”, resumiu Haddad. Ele disse ter percebido nas conversas as divergências entre a ideia original da PEC e a posição do governador sobre o órgão responsável pela distribuição dos recursos tributários entre estados e municípios. As declarações foram concedidas em entrevista à jornalista Natuza Nery, do G1.

“Nós oferecemos para ele [Tarcísio] uma solução que respeita o Pacto Federativo”, disse o ministro.

Após a reunião, no início da semana passada, eles concederam uma entrevista à imprensa lado a lado. A imagem irritou Bolsonaro, mas a reação do ex-capitão não foi relevante para Haddad.

“Imagina se eu estava preocupado com Bolsonaro. Bolsonaro é preocupante pelo que faz, simboliza, representa, mas eu jamais me preocupei em preocupá-lo, sobre o que vai achar de foto minha com o governador de São Paulo”, prosseguiu. “Como vou pensar no bem-estar do Bolsonaro se o Bolsonaro não pensou no bem-estar de ninguém nos quatro anos em que presidiu a República? Nem passa pela minha cabeça o Bolsonaro”.


‘Segunda fase’ da reforma tributária

Haddad tratou, ainda, da segunda parte da reforma tributária, que terá o objetivo de redefinir o sistema de cobrança sobre lucros e dividendos.

“Temos de concluir a tramitação da PEC tributária no Senado, mas não vamos aguardar o fim da tramitação para mandar para o Congresso a segunda fase da reforma. Ela tem de ir junto com o Orçamento”, disse.

Para ele, a necessidade de analisar a segunda etapa da reforma em conjunto com o Orçamento de 2024 se deve ao fato de que as metas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal têm de ser cumpridas.

Haddad afirmou, ainda, que o tema deve envolver diversas instituições. “O Congresso precisa entender que, se vai criar uma despesa nova, tem de ter uma receita correspondente”, explicou. Segundo ele, “o Banco Central vai ter de fazer a sua parte”. 

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