Política
Número 2 de Ramagem na Abin é escolhido como novo diretor da Polícia Federal
A escolha de Rolando Alexandre de Souza é uma forma do governo ‘driblar’ a decisão do STF


O presidente Jair Bolsonaro escolheu, nesta segunda-feira 04, o novo diretor-geral da Polícia Federal. A preferência do capitão foi pelo delegado Rolando Alexandre de Souza, secretário de Planejamento e Gestão da Abin e número dois de Alexandre Ramagem, barrado de assumir o cargo por liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A nomeação foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União”.
Rolando é considerado homem de confiança de Ramagem e sua indicação é uma forma do governo ‘driblar’ a decisão de Moraes colocando alguém próximo de Ramagem e do gosto de Bolsonaro.
Souza liderou o setor de repressão a desvios de dinheiro público na sede da PF em Brasília, o que o tornou conhecido no meio. Outro fator que fez crescer o apoio a seu nome foi seu histórico na corporação. Apesar de não estar entre os mais experientes na casa, foi ele quem “desenrolou” o banco de dados Atlas, que reúne informações estratégicas para facilitar investigações da PF.
A Polícia Federal é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública na estrutura do governo Bolsonaro. A saída de Moro levou André Luiz Mendonça para o cargo de ministro da Justiça, então advogado-geral da União. Para a vaga de Mendonça na AGU, Bolsonaro escolheu José Levi.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

“Fiz um relato histórico de uma série de situações”, diz Moro sobre depoimento à PF
Por CartaCapital
Em 8 horas de depoimento à PF, Moro apresenta áudios e trocas de mensagens
Por CartaCapital