Política
Novo presidente da Fundação Palmares nega existência de racismo
Fundação tem o papel de reforçar a cidadania, identidade e memória dos grupos étnicos, além de preservar as manifestações afro-brasileiras
Foi nomeado nesta quarta-feira 27 o novo presidente da Fundação Cultural Palmares , o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo. Militante de direita, Camargo se define “contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Em suas redes sociais, ele nega a existência de racismo, motivo pelo qual condena datas como a da Consciência Negra. Entre suas publicações é possível encontrar deboches em relação a termos racistas, como a palavra criado-mudo, declarações como “O Brasil terá um movimento de negros da direita conservadora. Nós somos muitos! E sempre existimos!”
Vinculada ao Ministério da Cultura, a Fundação Cultural Palmares tem como missão reforçar a cidadania, a identidade e a memória dos segmentos étnicos dos grupos formadores da sociedade brasileira, além de fomentar o direito de acesso à cultura e à indispensável ação do Estado na preservação das manifestações afro-brasileiras.
Camargo chega ao cargo para substituir Vanderlei Lourenço no cargo da presidência da Fundação. A mudança não é a única anunciada na área da Cultura. Ao todo, nove mudanças foram anunciadas. As nomeações são a pedido do secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim , que afirmou que só irá comentar sobre os novos nomes após a conclusão das mudanças.
Na Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, órgão responsável pela aplicação da Lei Rouanet, assume Camilo Calandreli no lugar de José Paulo Soares Martins, que, por sua vez, vai para o cargo de secretário Especial Adjunto da Secretaria Especial da Cultura.
Na Secretaria do Audiovisual, o governo exonerou Ricardo Rihan (que havia assumido em julho ) e nomeou Katiane Fátima de Gouvêa. Na Secretaria da Diversidade Cultural entra Janicia Ribeiro Silva no lugar de Gustavo Amaral, que havia sido indicado pelo deputado federal Alexandre Frota e foi exonerado. Já para o cargo de secretário da Economia Criativa foi nomeado Reynaldo Campanatti Pereira.
A expectativa entre funcionários do órgão é que os novos nomes sejam mais alinhados com o perfil ideológico cristão e conservador de Alvim e Bolsonaro, diferentemente do perfil mais técnico dos antigos secretários. O governo ainda não divulgou informações sobre os novos indicados.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.