Política
Nove meses após crime, polícia prende suspeitos por morte de Marielle
Nove meses após crime contra vereadora, agora é Marcelo Freixo quem sofre ameaças de morte


A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu na última quarta-feira 13 mandados de prisão e busca e apreensão de suspeitos de envolvimento na morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes.
As detenções ocorreram no memso dia em que os policiais interceptaram um plano para assassinar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Segundo documentos obtidos pelo jornal O Globo, milicianos se organizavam para matá-lo durante uma agenda política em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
De volta a Marielle, foram expedidos, ao todo, 15 mandados, parte deles de inquéritos que correm em paralelo ao caso. As operações aconteceram em vários pontos da capital fluminense e nas cidades de Angra dos Reis, Nova Iguaçu, Petrópolis e Juiz de Fora (MG).
Um dos alvos da operação é uma quadrilha especializada na clonagem de carros. Há suspeitas de que esses bandidos tenham clonado o Chevrolet Cobalt branco usado pelos assassinos de Marielle para a emboscada.
Uma das linhas mais avançadas de investigação apura a participação do Escritório do Crime, grupo de assassinos de elite formado por policiais e ex-policiais. Ao enquadrar os clonadores, o objetivo seria produzir provas contra integrantes dessa organização.
A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro afirma que, desde a morte de Marielle, vem realizando várias operações para apurar e qualificar informações de inteligência coletadas pela polícia ou enviadas anonimamente à unidade.
➤ Leia também: Marielle, Bolsonaro e a importância do repúdio à violência na política
Marielle e Anderson foram mortos à tiros no dia 14 de março, durante uma emboscada em frente na região central do Rio. As investigações pouco avançaram nesses nove meses e o crime continua sem solução.
Em novembro, o ministro Raul Jungmann disse de o envolvimento de milicianos e agentes públicos no crime é ‘certeza’.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.