Política
Nova fase da Lava Jato mira suspeitos ligados a senadores
A operação é a primeira que usa informações da Odebrecht
A Polícia Federal foi às ruas nesta terça-feira 21 para executar a Operação Satélites, sétima fase da Operação Lava Jato que apura os crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro cometidos por pessoas com prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A Satélites foi deflagrada a pedido da Procuradoria-Geral da República, com autorização do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Foram cumpridos 14 mandados em 13 endereços nas cidades de Brasília, Maceió, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.
Foi a primeira vez que a Lava Jato foi às ruas baseada em informações obtidas a partir dos acordos de delação premiada firmados por executivos e ex-executivos da Odebrecht, homologados em janeiro.
A PGR não divulgou detalhes sobre os procedimentos porque os termos de depoimentos estão em segredo de justiça, mas, como de costume, houve vazamentos.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, os alvos são pessoas ligadas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE), este presidente do Senado, e Valdir Raupp (PMDB-RO).
No caso de Eunício, diz o jornal, o suspeito ligado a ele é o empresário Ricardo Lopes Augusto, seu sobrinho e administrador da Confederal, empresa de transporte de valores que pertence à Remmo Participações S/A, holding de Eunício.
Lopes, ainda segundo o jornal, foi citado na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Ele seria operador de propinas de Eunício, que teria recebido suborno de 2 milhões de reais como contrapartida à aprovação de uma Medida Provisória sobre incentivos tributários.
Segundo a Folha de S.Paulo, o alvo ligado a Humberto Costa é o empresário Mario Barbosa Beltrão, apontado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator da Lava Jato, como responsável por uma solicitação de 1 milhão de reais “para auxiliar na campanha de Humberto Costa”.
Todos os senadores negam envolvimento em irregularidades.
CartaCapital
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