Política
Nos 61 anos do golpe, Lula pede união contra ameaças autoritárias que ‘insistem em sobreviver’
O presidente não mencionou diretamente, porém, o golpe de 1964, nem o papel das Forças Armadas na ditadura


O presidente Lula (PT) afirmou, nesta segunda-feira 31, ser necessária a união em defesa da democracia contra “as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver”.
A mensagem, divulgada nas redes sociais, é uma referência à tentativa de golpe de Estado em 2022 que levou Jair Bolsonaro (PL) e aliados civis e militares ao banco dos réus no Supremo Tribunal Federal.
A publicação ocorre no dia a marcar os 61 anos do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart e fez o País mergulhar em uma ditadura da qual só sairia 21 anos depois.
“Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro”, escreveu Lula. “E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver.”
O petista enfatizou que fora da democracia não há caminhos para o Brasil se tornar um país menos desigual. Também não há justiça sem a garantia de instituições sólidas, harmônicas e independentes, prosseguiu.
“Nosso povo, com muita luta, superou os períodos sombrios de sua história. Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988”, acrescentou Lula. “Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder.”
A postagem de Lula não menciona, contudo, o termo “golpe”, nem trata de militares ou das Forças Armadas.
Em 2014, após dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade apontou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura no País. Entre elas, 210 são desaparecidas.
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