Neri Geller: ‘O MST é uma entidade importante. Não precisamos ter medo nenhum’

Em entrevista a CartaCapital, integrante da bancada do agro defendeu Lula e criticou 'descontrole' de armas no governo Bolsonaro

O deputado federal Neri Geller (PP-MT), candidato a senador em Mato Grosso. Foto: Reprodução

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Candidato ao Senado por Mato Grosso, o deputado federal Neri Geller (PP-MT) defendeu a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e disse que “não precisamos ter medo nenhum” da organização. A declaração ocorreu nesta quarta-feira 21, durante o programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube.

Expoente da bancada ruralista, Geller é vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária na Câmara, foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso e apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), colaborando para que o petista se aproxime dos produtores rurais.

Com a aliança, Lula tenta quebrar uma barreira no setor do agronegócio, que predominantemente apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma das principais estratégias do ex-capitão para manter o agro em sua base de apoio é criticar o MST como uma organização supostamente criminosa.

“O MST é uma entidade que foi importante e é importante”, afirmou Geller a CartaCapital. “A questão do MST é mais fake news, é mais utopia e é mais um debate ideológico que não pode se sobrepor aos interesses da Nação. Nós não precisamos ter medo nenhum do MST, até porque não é bicho papão.”

Geller também elogiou o trabalho executado pelo MST em suas cooperativas.

“O MST hoje faz agricultura tão qualificada quanto o médio e o grande produtor. Conheço cooperativas no Rio Grande do Sul que fazem agricultura orgânica, que é uma grande opção hoje”, declarou.


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O parlamentar citou ainda as “invasões” praticadas pelo MST e disse que os governos de Lula não foram marcados por conflitos agrários.

“Lula não teve conflito”, disse Geller. “O MST, sim, foi ouvido, e quando eventualmente fez invasão, e isso foi muito pouco, o rigor da lei foi cumprido. Então, o Lula é um legalista.

Geller também criticou o que chamou de “descontrole” gerado pelas medidas de flexibilização do porte e da posse de armas durante o governo Bolsonaro.

“Arma pode até estar na mão de pessoas que não são da segurança pública, mas ele tem que ter muito critério. Se a pessoa não estiver preparada psicologicamente, não pode ter arma, porque mais traz desgraça do que preserva.”

Sob um eventual governo Lula e na condição de senador, Geller disse que pretende dialogar com o Executivo, mas isso não quer dizer que concordará com todas as medidas.

“Não é que nós vamos estar no governo e vamos concordar com tudo o que vai estar lá. Nós vamos questionar, nós vamos participar. Mas sempre na base do diálogo e da representatividade”, afirmou.

A entrevista ocorreu no momento em que Lula põe em prática mais uma ofensiva contra Bolsonaro em direção ao agro, ao conceder nesta quarta uma entrevista ao Canal Rural, emissora de televisão especializada em agronegócio.

Além disso, o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) passou o dia em agenda em Goiás, junto ao Sistema Fieg, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás, e a representantes do setor produtivo.

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