Política

‘Nenhum concordava com a opinião do outro’, diz bolsonarista que matou apoiador de Lula

Em depoimento, o homem também detalhou o que fez após após acertar o pescoço do colega de trabalho com um machado

Foto: Polícia Civil
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O bolsonarista que matou um apoiador do ex-presidente Lula (PT) em Mato Grosso afirmou nesta sexta-feira 9, em depoimento, que a discussão começou após a vítima defender o candidato petista à Presidência da República.

Rafael de Oliveira, defensor de Jair Bolsonaro (PL), assassinou Benedito Cardoso dos Santos em Confresa, a 1.160 quilômetros de Cuiabá, entre a noite da quarta 7 e a madrugada da quinta 8.

O autor do crime passou por uma audiência de custódia e a Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva. Segundo a polícia, Rafael confessou ter matado a facadas o colega de trabalho. Ele ainda tentou decapitar a vítima e filmou o corpo após o crime.

Conforme o depoimento, divulgado parcialmente pelo G1, Rafael disse que “nenhum concordava com a opinião do outro”. Durante o interrogatório, também afirmou que, após acertar o pescoço de Benedito com um machado, voltou para casa, lavou as mãos e trocou de roupa para ir a um hospital solicitar atendimento médico.

“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula e o autor defendendo o Bolsonaro”, já havia apontado o delegado Victor Oliveira.

A decisão sobre a prisão preventiva partiu do juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes. Segundo ele, há “prova da materialidade e indícios suficientes” quanto à autoria do crime. O magistrado também definiu o episódio como “reprovável”.

“Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável.”

O PT divulgou uma nota oficial nesta sexta para repudiar o assassinato. Segundo o partido, “a incitação de Jair Bolsonaro ao ódio e à violência política fez mais uma vítima fatal nesta semana do 7 de Setembro”.

Lula, por sua vez, classificou o fato como “gravíssimo” e pediu que polícia e Justiça Eleitoral analisem o episódio com atenção, “para ver se isso tem ordem, se tem orientação, se é estratégia de política”.

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