Política

Nem o pato escapa da Lava Jato

Segundo delação do marqueteiro Renato Pereira, ligado ao PMDB, a campanha da Fiesp nasceu de uma fraude

Skaf teria direcionado uma licitação para beneficiar o criador da campanha do pato
Apoie Siga-nos no

Em meio às manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff, solidificou-se na Avenida Paulista uma peregrinação de fazer inveja aos fiéis muçulmanos que se dirigem anualmente a Meca.

Antes de bater panelas, soprar apitos e erguer cartazes em defesa da intervenção militar, milhares de fervorosos crentes vestidos de verde-amarelo curvavam-se diante da imponente imagem de um pato entronizado na entrada do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Foi o auge da adoração ao deus Pato, protetor da integridade e do patrimônio dos homens de bem. Trata-se da versão moderna do bezerro de ouro.

Segundo delação do marqueteiro Renato Pereira, ligado ao PMDB, a campanha do pato da Fiesp idealizada por ele nasceu de uma fraude. O presidente da instituição, Paulo Skaf, direcionou a licitação para beneficiar a produtora de Pereira. O publicitário teria ainda recebido dinheiro do Sistema S, mantido com fundos públicos,para promover a imagem de Skaf, postulante ao cargo de governador de São Paulo.

Leia também:
Ele voltou! Fiesp exibe pato amarelo após aumento de impostos
“Não cabe à Fiesp falar de renúncia”, diz Skaf, líder de atos anti-Dilma

A campanha e o pato amarelo da Fiesp surgiram como uma reação do empresariado contra a possibilidade da volta da CPMF para contornar a crise econômica. A partir de dezembro de 2015, Skaf liderou a Fiesp como uma das fiadoras do afastamento de Dilma.

Após uma temporada meio murcha, o pato voltou a dar as caras na avenida Paulista neste ano, quando foi inflado pela entidade em meio ao anúncio do aumento dos impostos sobre combustíveis pelo governo de Michel Temer.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo