Política

‘Não sou daqueles que atira pedras por atirar’, diz Kassab sobre críticas ao governo Lula

A CartaCapital, o presidente do PSD diz torcer para o governo ir bem, mas condiciona apoio a ‘projetos que tenham concordância’

‘Não sou daqueles que atira pedras por atirar’, diz Kassab sobre críticas ao governo Lula
‘Não sou daqueles que atira pedras por atirar’, diz Kassab sobre críticas ao governo Lula
O presidente do PSD, Gilberto Kassab. Foto: Cesar Bruneli / ACPS
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O presidente do PSD, Gilberto Kassab, reafirmou, nesta sexta-feira 21, algumas de suas críticas recentes ao governo Lula (PT), mas disse não ‘torcer contra’ a atual gestão, que, vale dizer, conta a presença de três integrantes do partido: Carlos Fávaro, no Ministério da Agricultura; Alexandre Silveira na pasta de Minas e Energia; André de Paula, que chefia o Ministério da Pesca.

Em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta sexta-feira Kassab reforçou que, apesar das críticas corroboradas por uma queda de popularidade do governo – monitorada em pesquisas -, o PSD fará “tudo o que estiver ao alcance” para o governo ir bem.

“Eu sou torcedor do governo. Ele [Lula] foi eleito. Uma pessoa que tem experiência. Tudo o que estiver ao nosso alcance para que ajude o governo a ir bem, terá o nosso apoio, desde que seja com projetos que tenham a nossa concordância em relação aos programas de governo”, afirmou Kassab ao ser questionado por CartaCapital sobre a sua visão da gestão Lula.

“Eu não sou daqueles que atira pedras por atirar, eu não sou daqueles que torce para um governo ir mal, mesmo quando a gente não tem apoiado. O PSD não apoiou o presidente Lula na sua campanha, mas entende que ele foi eleito, e não temos nenhum problema em apoiar todas as medidas que a gente entende que sejam positivas para o País”, avaliou.

Nas últimas semanas, Kassab vem sendo mais verbal sobre a situação atual do governo, que está perdendo terreno no apoio popular, principalmente, pela alta nos preços dos alimentos. 

Um nome citado diretamente por Kassab nas críticas tem sido o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja gestão é marcada, de acordo com o presidente do PSD, por “fragilidade”. O chefe da pasta “aprovou algumas coisas boas para o Brasil, importantes”, de acordo com o político do Centrão, mas, “na verdade, falta muito.”

O ministro, aliás, foi alvo de duras críticas de Kassab durante a palestra proferida pelo político nesta sexta-feira.

“Se tem algo importante no governo, é o seu ministro da Fazenda. Tem que ser forte, que se impõe”, disse Kassab, relembrando que os ex-ministros Antônio Palocci e Henrique Meirelles, que fizeram parte dos dois primeiros governo petistas, “enquadravam o presidente Lula, insistiam que fosse dada continuidade à política econômica” implementada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Agora, porém, o programa econômico do terceiro governo Lula “está deixando o mercado preocupado”, segundo Kassab. “Não que Haddad tenha ideias erradas. Na gestão pública, não adianta o passado. O que importa é o presente e o futuro”, disse Kassab, em recado ao governo.

‘Falta clareza’

Para o dirigente, o governo Lula “precisa de um rumo bem claro do que vai fazer, não do que quer fazer”. Lula e a equipe econômica, assim, estariam com “uma enorme dificuldade de completar o pacto apresentado em campanha e no início da gestão”. “Acaba passando uma imagem de insegurança, bastando ver pesquisas que trazem um grau de preocupação muito grande da sociedade brasileira”, disse Kassab.

O presidente do PSD também avalia que “o Brasil não está acreditando” no programa do governo petista, o que justificaria as quedas recentes na aprovação. “Falta energia no governo e falta comunicação. São sinalizações ruins as que o governo apresenta”, disse Kassab.

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