Política

Não se trata mais de briga de milicianos, mas de uma verdadeira máfia, diz Castro

O governador do Rio chamou de ‘crime bárbaro’ o assassinato de médicos e disse que o Estado deve ‘combater com dureza’

Foto: Reprodução
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (RJ), lamentou nesta sexta-feira 6 o assassinato de três médicos na Barra da Tijuca, na capital fluminense, e disse que as autoridades não lidam mais com uma briga entre milicianos e traficantes, mas com uma “verdadeira máfia”.

“Uma máfia que hoje é muito mais do que outrora foi tráfico de drogas ou tráfico de armas. Uma máfia que verdadeiramente tem entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, inclusive no sistema financeiro nacional”, afirmou Castro, em coletiva de imprensa. “Uma máfia que, infelizmente, possui suas próprias estruturas, inclusive seus próprios tribunais.”

Na madrugada desta sexta, a Polícia Civil encontrou quatro corpos abandonados dentro de veículos. Dois deles são de suspeitos pelo assassinato dos médicos.

Os suspeitos encontrados são Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, que integrava um grupo criminoso chamado de Equipe Sombra. Os outros dois corpos ainda não foram identificados.

“Não é mais um problema só do Rio, de São Paulo, da Bahia, do Ceará. É uma máfia que vem se expandindo cada vez mais no território nacional inteiro”, disse Castro. “Fazer um assassinato bárbaro em lugar público, sabidamente monitorado por câmeras, e depois fazer o seu próprio julgamento e punir aqueles que fizeram o crime bárbaro? É uma prova de que não estamos lidando só com uma facção. Estamos lidando, sinceramente, com uma máfia, uma organização criminosa perigosíssima.”

O governador do Rio declarou ainda que o Estado deve “combater com dureza” e precisa do suporte de outros poderes e outras instituições. “Apoio do governo federal, das forças federais, mas também do apoio da Justiça, dos tribunais superiores, estaduais, federais. Do Ministério Público Federal, do Ministério Público estadual, da Defensoria.”

Nesta sexta, Castro e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, se reuniram para tratar de medidas de auxílio do governo federal no combate ao crime no Rio de Janeiro.

Segundo Cappelli, “não há outro caminho a não ser a sociedade brasileira, as instituições darem as mãos”.

“O ministro Flavio Dino [da Justiça] determinou e, nos próximos dias, vamos ampliar a nossa ação de inteligência no estado do Rio de Janeiro, reeditando o que foi a Missão Suporte, que identificou e prendeu líderes de organizações criminosas. Vamos ampliar o apoio ao governo do Rio de Janeiro.”

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