Política
‘Não se pode aceitar um lockdown no espírito humano’, diz Araújo na ONU
O ministro lamentou que as pessoas estejam ‘se habituando’ a ‘sacrificar a liberdade em nome da saúde’; Damares também participou do evento


O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Aarújo, afirmou nesta segunda-feira 22 que não se pode aceitar um lockdown em nome da saúde. A declaração do chanceler aconteceu na abertura do Fórum de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), realizado este ano de forma virtual.
“Sociedades inteiras estão se habituando com a ideia que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde. Não se pode aceitar um lockdown no espírito humano”, afirmou .
Araújo faz parte da chamada ‘ala ideológica’ do governo Bolsonaro, mais radical. Em diversas ocasiões, invocou teorias da conspiração para falar sobre a crise do coronavírus, que ele chama de “vírus chinês”.
“A liberdade hoje é ameaçada e a crise da Covid apenas contribuiu para exacerbar essas tendências”, completou.
Defesa de Trump e aliados de Bolsonaro
Araújo também falou sobre as plataformas de redes sociais que têm excluído perfis de aliados do presidente Jair Bolsonaro e também dos ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
“Está nas nossas mãos que a tecnologia trabalhe em favor dos direitos humanos e da democracia. Brasil conclama a todos a discutir o tema da liberdade de expressão perante às novas tecnologias”, afirmou.
Para o chanceler, a ação das plataformas se tornou um mecanismo de controle social e de perseguição ideológica, o que ele chamou de “tecnototalitarismo”.
Damares vende imagem do Brasil
A ministra da Mulher, da Família, e dos Direitos Humanos Damares Alves, também discursou na abertura do Fórum. A ministra afirmou que o governo brasileiro atuou na crise da Covid visando atender aos mais necessitados.
Não detalhou, entretanto, quais seriam essas ações.
Damares afirmou também que o foco do governo é defender não só a Amazônia, mas também seu povo. Ela citou o programa “Abrace Marajó”, lançado por ela em abril do ano passado.
A ministra, no entanto, não detalhou resultados do programa. “Nosso governo defende a democracia, liberdade e a vida a partir da concepção. direitos humanos para todos”, concluiu.
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