‘Não queremos mais Bolsonaro, queremos o Exército’, diz manifestante em SC

Após apelo do atual presidente para que sejam desbloqueadas as rodovias, líder do movimento nem Santa Catarina defende intervenção militar

Foto: Mauro PIMENTEL / AFP

Apoie Siga-nos no

Vídeo gravado por manifestantes que ocupam as rodovias em Rio do Sul, Santa Catarina, mostram um homem, identificado como o líder do movimento golpista, pedindo que o Exército entre em campo para “botar ordem” no País.

A mudança de tom dos manifestantes aconteceu após o presidente derrotado, Jair Bolsonaro (PL), pedir que seus apoiadores desobstruam as estradas. 

Sem nenhuma prova ou indício, os manifestantes alegam que houve fraude no pleito do último dia 30 e exigem intervenção federal ou que sejam realizadas novas eleições. 

“Temos que ter noção de uma coisa: nós não temos mais presidente. Não queremos mais o Jair Messias Bolsonaro como presidente. Queremos, sim, uma intervenção militar. Queremos o Exército para vir botar (sic) a ordem em nosso país”, diz o homem.

Apesar do reconhecimento do resultado das eleições por diversas autoridades brasileiras, inclusive de integrantes do governo do ex-capitão, os manifestantes continuam protestando. 

“O pessoal que está para assumir está fugindo das quatro linhas da Constituição faz muito tempo. Não vamos aceitar. Nós queremos o Exército brasileiro tomando a frente e queremos eles de volta no poder, porque não queremos corruptos, ladrões”, diz o homem.


Que conclui: “Nós queremos o Exército, não queremos mais o Bolsonaro. Nós queremos o Exército brasileiro nas ruas”

Segundo o jornal Metrópoles, organizadores dos atos têm pedido aos manifestantes que descolem as manifestações do pedido de intervenção militar e do presidente. 

Circulam mensagens pedindo que não sejam mostradas faixas pedindo golpe militar ou que se utilizem camisetas relacionadas com Bolsonaro. 

“Estamos aqui para fazer com que o Exército, as Forças Armadas cumpram seu papel constitucional, segundo juramento que fizeram à bandeira durante a incorporação, que é defender o povo brasileiro e a soberania do Brasil contra qualquer ameaça neste momento. O povo brasileiro está sendo ameaçado pelo comunismo do PT”, argumentam.

Os manifestantes têm constantemente mencionado o artigo 142 da Constituição Federal, que determina o papel das Forças Armadas, como justificação para um pedido de intervenção. 

No entanto, tal interpretação da norma não tem respaldo jurídico, não autorizando a atuação do Exército como “poder moderador”. 

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.