Política
‘Não pretendo sair’, diz Lupi após operação da PF sobre fraude no INSS
A pressão sobre o ministro ganhou força com a demissão do presidente do instituto, Alessandro Stefanutto


O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), afirmou nesta quinta-feira 24 a CartaCapital não ter a pretensão de deixar o cargo. Indicou, portanto, que uma eventual demissão teria de partir do presidente Lula (PT).
A pressão sobre o ministro ganhou força com a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, após uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União contra fraudes no órgão.
Na terça-feira, Lupi disse ter “inteira responsabilidade” pela indicação de Stefanutto, que assumiu o posto em julho de 2023.
A investigação mira um esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. O montante descontado desde 2019 chega a 6,3 bilhões de reais, mas ainda não se sabe qual é a fatia fraudulenta.
“Não pretendo sair e estou tocando o trabalho, em especial do INSS”, disse Lupi.
Também nesta quinta-feira, o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, anunciou que o governo suspenderá todos os descontos mensais realizados por entidades nas folhas de pagamento de beneficiários do INSS.
Já a diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, afirmou que o instituto trabalhará na formulação de um plano para garantir o ressarcimento total das vítimas. Isso depende, segundo ela, de verificar a extensão da fraude.
“O governo vai ressarcir integralmente o que foi descontado ilegalmente”, enfatizou. “Mas vamos frisar que os descontos estão suspensos. Pedimos para que os beneficiários não vão massivamente às agências neste momento.”
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