Não havia informação a indicar que ocorreria aquilo, diz Gonçalves Dias sobre o 8 de Janeiro

O general afirmou à comissão do DF que sua estratégia era evitar que o gabinete do presidente fosse atacado

Foto: Reprodução/Câmara Legislativa do DF

Apoie Siga-nos no

O general Gonçalves Dias declarou nesta quinta-feira 22 à CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, ter atuado para restaurar “o controle público e institucional da ordem” durante a invasão dos prédios dos Três Poderes por bolsonaristas, em Brasília, em 8 de Janeiro.

Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, deixou o cargo após a divulgação de um vídeo em que aparece no Palácio do Planalto em meio aos ataques.

Já no início de seu depoimento, afirmou que nos dias que antecederam o 8 de Janeiro não se discutiu um esquema de segurança especial para aquele domingo e “não havia nenhuma informação que nos indicasse que ocorreria o que ocorreu”.

“No dia 8 de Janeiro, defendi o Palácio Presidencial no meio de um levante antidemocrático”, alegou.

O general explicou à CPI que sua estratégia era evitar que o gabinete do presidente da República fosse atacado e destacou ter agido sem o uso da violência diante dos invasores.

“Claro que tive ímpetos de reagir, de confrontar. Contudo, readquirindo o autocontrole, concentrei-me na minha missão: não deixar que devassassem o núcleo central do poder palaciano, o gabinete do presidente da República, que fica no terceiro andar”, narrou o general. “Concentrei-me em retirar os vândalos do Palácio o mais rápido possível. De preferência, claro, sem baixas e sem confrontos sangrentos. Só havia uma forma de fazer aquilo: de cima para baixo. Dei esta ordem aos oficiais que estavam no Palácio.”


“Era preciso alcançar o quarto andar do Palácio, o último, e descer evacuando os manifestantes. Isso foi feito. Quando subi do segundo para o terceiro andar, numa sala de reuniões contígua ao gabinete presidencial, encontrei uma senhora, uma mulher mais jovem e um rapaz. A senhora estava assustada. A mulher, neutra. O rapaz estava profundamente alterado. Tivemos algumas alterações, evitei a violência e conduzi todos eles e mais alguns para o local de acesso à escada que os levaria ao segundo andar. Eu havia determinado que as prisões fossem feitas no segundo andar.”

O general disse ainda que 182 pessoas foram presas no Palácio, a partir de suas determinações. “Restauramos o controle público e institucional da ordem, sem nenhum confronto que tenha posto em risco vidas humanas – nem do nosso lado, nem do lado dos vândalos.”

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.