Política

‘Não há intenção de compra de vacinas chinesas’, diz Ministério da Saúde

Declaração vem um dia após Pazuello se reunir com governadores para acertar a inclusão da Coronavac no Plano Nacional de Imunização

‘Não há intenção de compra de vacinas chinesas’, diz Ministério da Saúde
‘Não há intenção de compra de vacinas chinesas’, diz Ministério da Saúde
Élcio Franco, ex secretário-Executivo do Ministério da Saúde (Foto: Carolina Antunes/PR) Élcio Franco, Secretário-Executivo do Ministério da Saúde. (Foto: Carolina Antunes/PR)
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou, enquanto lia um posicionamento oficial nesta quarta-feira 21, que não houve uma “aprovação” da Coronavac pela pasta, assim como “nenhum compromisso com o governo de São Paulo ou seu governador”, e que qualquer vacina aprovada não será obrigatória.

A declaração breve à imprensa vem um dia após o ministro Eduardo Pazuello ter se reunido virtualmente com governadores para acertar a inclusão da Coronavac – desenvolvida entre o laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan – no Plano Nacional de Imunização (PNI) caso ela receba a aprovação final da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

O movimento irritou o presidente Jair Bolsonaro, que afirmou nesta quarta que o governo não irá comprar a vacina chinesa “de João Doria” antes de comprovação científica. “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais.

No discurso, Franco destacou o acordo firmado entre o governo federal e a vacina de Oxford, desenvolvida em parceria entre o laboratório Astrazeneca e a Fiocruz. Da mesma forma que a Coronavac, a vacina de Oxford encontra-se em fase 3 de testes e deve apresentar primeiramente seus resultados à Anvisa antes de qualquer regulamentação sobre como e quando a vacina irá chegar à população. No entanto, o secretário não teceu este paralelo no pronunciamento.

“Houve uma interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde. Em momento algum, a vacina foi aprovada pela pasta, pois qualquer vacina depende de analise técnica e aprovação da Anvisa, depende também da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC).”, disse Élcio Franco.

“Não houve qualquer compromisso com o governo de São Paulo ou seu governador no sentido de aquisição de vacinas contra Covid. Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan sem caráter vinculante por ser tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas para o Plano Nacional de Imunização”, complementou.

“Não há intenção de compra de vacinas chinesas. A premissa para aquisição prima pela prima pela segurança, eficácia, produção em escala e preço justo. Qualquer vacina quando estiver disponível certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde poderá ser oferecida por meio do Plano Nacional de Imunização. E no que depender dessa pasta, não será obrigatória.”, concluiu.

Leia a nota completa abaixo:

Sobre a reunião de ontem, realizada no Ministério da Saúde, por meio de vídeo conferência com governadores, esclarece-se o seguinte:

Houve uma interpretação equivocada da fala do Ministro da Saúde. Em momento nenhum a vacina foi aprovada pela pasta, pois qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Destaca-se que o governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde, tem envidado esforços na direção de proteger a população por intermédio de várias ações, como:

– a adesão na iniciativa Covax Facility, com a opção de compra de vacinas;

– o contrato de encomenda tecnológica AztraZeneca/Oxford com insumos estrangeiros em um primeiro momento para o escalonamento de 100,4 milhões de doses e transferência tecnológica para produção própria de insumos. O que possibilitará que a Fiocruz produza mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.

Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador, no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19.

Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, grande parceiro do MS na produção de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das outras possibilidades. Não há intenção de compra de vacinas chinesas.

A premissa para aquisição de qualquer vacina prima pela segurança, eficácia (ambos conforme aprovação da Anvisa), produção em escala, e preço justo. Quando qualquer vacina estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, no que depender desta Pasta, não será obrigatória.

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