Não é um rebanho

Os evangélicos estão longe de ser um grupo monolítico. Há uma profunda diversidade de pensamento e experiências

Fé e política. As pautas morais exploradas pelos pastores midiáticos não monopolizam as angústias dos fiéis – Imagem: Vivian Silva/Prefeitura de Maringá

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“Nunca na história deste País” se falou tanto de evangélicos. O protagonismo alcançado por esse segmento cristão, como parcela significativa do eleitorado e do ativismo político, provocou uma forte visibilidade. De um lado, nem sempre o que se fala corresponde à dinâmica do que, de fato, pensam e representam as igrejas, os fiéis e suas lideranças. De outro lado, aparecem discussões, a partir de resultados de pesquisas de opinião sobre o governo federal, em torno de distanciamentos e entraves referentes ao diálogo Lula-evangélicos, que devem ser tratadas com cuidado.

Como ponto de partida, é preciso insistir em um elemento, quase exaurido, que perpassa as pesquisas e abordagens responsáveis sobre religião e política no Brasil: ao nos referirmos a “evangélicos”, não tratamos de um grupo monolítico, único, coeso. Portanto, é um grande equívoco (quando não má-fé ou instrumentalização da religião em campanhas) tratá-los como um bloco. Eles são como uma teia formada pelos mais variados fios, que representam teologias, práticas, costumes, visões de mundo, estruturas organizacionais as mais diversas. Daí a necessidade de se superarem entraves na compreensão desse segmento para buscar possibilidades de aproximação e diálogo, pontos que procuraremos listar a seguir:

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2 comentários

Paulo Cesar de Abreu Cobucci 29 de março de 2024 16h07
PCAC
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 7 de abril de 2024 12h53
Nessa postura em relação aos evangélicos há aquele velho ranço originário antirreligião da esquerda. Não é tão grande com a Igreja Católica em razão dos laços entre as CEBs e a origem do PT. Além disso, há o foco em contestar certas lideranças, como Malafaia e Macedo: o primeiro por fazer maior alarido e apoiar descaradamente o ex-capitão o segundo, por ser “dono” da que se parece a maior das igrejas-empresas. Esse é o erro do PT para combater a desinformação: centrar as ações somente nessas duas figuras e no que representam, num bate-boca ideológico sem fim, como se estivessem tratando com outro partido político. A articulista, como sempre, acerta no diagnóstico e na receita.

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