Não é só pelo dinheiro

Programa eleitoreiro de Bolsonaro, o Auxílio Brasil não rende os dividendos esperados pelo Planalto

Imagem: Luis Alvarenga/Getty Images/AFP

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Criado para tentar apagar da memória dos beneficiários o Bolsa Família dos tempos petistas e vitaminar as chances de reeleição de Jair Bolsonaro, o Auxílio Brasil é mais um fracasso da agenda eleitoreira do Palácio do Planalto. Passados dez meses do lançamento do benefício, que elevou o pagamento mensal a 400 reais e ampliou o número de famílias contempladas, a insatisfação entre os mais pobres continua elevada. Segundo pesquisa recente do ­Datafolha, 69% daqueles que recebem o auxílio o consideram insuficiente. E mais: 59% pretendem votar em Lula, contra 20% que preferem o ex-capitão, o “pai” da medida.

Propagandeado pelo Ministério da Cidadania como um programa mais moderno e abrangente que o antecessor, o Auxílio Brasil esbarrou em dificuldades que distanciaram o discurso da rea­lidade. Apesar de ter aumentado o número de famílias atendidas e de praticamente dobrar o valor mensal do benefício, o governo mudou critérios de avaliação do Bolsa Família, entre eles o tamanho das famílias e seu grau de pobreza, o que levava o benefício criado no governo Lula a eventualmente ultrapassar os 600 reais. No atual modelo, o valor do benefício é único, não importa se a família atendida tem dois ou dez integrantes.

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