Política

‘Não é papel das Forças Armadas fazer avaliação política’, diz presidenta do PT após nota de comandantes

Gleisi Hoffmann reforçou que ‘o direito de manifestação não cabe a quem atenta contra a Constituição’

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, em reunião do Conselho Político da transição. Foto: Magno Romero
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A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira 11 não ser atribuição dos comandantes das Forças Armadas promover avaliações sobre o cenário político do País. A declaração ocorreu após os responsáveis pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica divulgarem uma nota em que comentam os atos golpistas patrocinados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No texto, os militares condenam o que chamam de “restrições a direitos por parte de agentes públicos” e também “eventuais excessos cometidos em manifestações”. Avaliam ainda que o Poder Legislativo seria “o destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade”.

Em entrevista em Brasília, porém, Gleisi declarou que “não é papel dos comandantes das Forças Armadas fazer avaliação política, se posicionar politicamente, nem fazer avaliações sobre as instituições republicanas”.

“E o direito de manifestação não cabe a quem atenta contra a Constituição. Mas vejo isso como um fato desses comandantes, desse governo, que tem de ser isolado. Não acredito que a totalidade das Forças Armadas pense assim.”

A presidenta petista participou, nesta manhã, da primeira reunião do conselho político da equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além do PT, o grupo tem 14 nomes indicados por PSOL, Rede, PSB, PCdoB, PV, Agir, Avante, PROS, Solidariedade, Cidadania, PSD e MDB.

Após a agenda, Gleisi afirmou haver um acordo entre os partidos representados no Conselho de que a PEC do Bolsa Família, a garantir o pagamento do benefício de 600 reais, “é essencial para atender reivindicações e compromissos com o povo brasileiro”.

Ela também rebateu a reação de setores do mercado às declarações de Lula na quinta-feira 10 sobre responsabilidade fiscal e social.

“Recebemos com espanto. Não sei o que o presidente Lula falou que pudesse fazer uma variação tão grande do sentimento de mercado. Foi um movimento especulativo, o que é muito ruim para o País. O mercado não tem de se preocupar. Conhece Lula, sabe como ele trabalha com as finanças públicas, a responsabilidade que ele tem e também o compromisso social dele”, devolveu.

Gleisi reforçou que Lula, ao longo de toda a campanha, reafirmou o compromisso de acabar com a fome, gerar emprego e garantir o desenvolvimento social.

“Por que o espanto? Responsabilidade fiscal e responsabilidade social têm de ter da nossa parte a mesma visão de responsabilidade, mas jamais vamos abrir de ter a responsabilidade social colocada em primeiro lugar.”

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