Política

‘Não depositei, foi um lapso’: a versão de Sóstenes para os mais de R$ 400 mil encontrados pela PF

O deputado bolsonarista afirmou que o montante é resultado da venda de um imóvel

‘Não depositei, foi um lapso’: a versão de Sóstenes para os mais de R$ 400 mil encontrados pela PF
‘Não depositei, foi um lapso’: a versão de Sóstenes para os mais de R$ 400 mil encontrados pela PF
O valor superior a R$ 400 mil foi encontrado dentro de um saco preto em apartamento usado por Sóstenes em Brasília – fotos: divulgação/Polícia Federal e Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, afirmou nesta sexta-feira 19 que os mais de 400 mil reais em dinheiro vivo encontrados pela Polícia Federal no apartamento que usa em Brasília são fruto da venda de um imóvel. Ele disse que os recursos são lícitos.

Em entrevista coletiva na Câmara horas após a operação desta sexta, o parlamentar do Rio de Janeiro levantou o tom de voz e seguiu a cartilha bolsonarista, com ataques ao presidente Lula (PT) e ao filho dele, além de disparar contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e se dizer perseguido.

“O imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, não tenho nada a temer”, afirmou aos jornalistas. Sóstenes disse que, na verdade, se “esqueceu” de depositar o dinheiro em meio à “correria do trabalho”: “Foi simplesmente um lapso. Eu recebi o dinheiro e guardei”.

O montante foi encontrado pelos agentes da PF em um saco preto e recolhido para investigações. O parlamentar se disse tranquilo e alegou que as informações sobre a venda do imóvel serão apresentadas à Receita Federal na declaração do Imposto de Renda.

Sóstenes e outro deputado bolsonarista, Carlos Jordy (PL-RJ), são investigados por possível desvio de verbas parlamentares. O esquema, segundo as apurações, envolveria uma empresa de fachada de aluguel de carros para uso funcional.

Jordy, que se manifestou em vídeo publicado nas redes sociais, seguiu a mesma linha do colega de bancada e alegou “perseguição”. Em mensagens obtidas pela PF, assessores dos deputados citam, por exemplo, pagamentos “por fora”.

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