Não adianta trocar o presidente da Petrobras sem alterar a política de preços, diz FUP

A Federação Única dos Petroleiros critica o alinhamento dos preços de combustíveis ao mercado internacional: 'Política nefasta'

Roberto Castello Branco. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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A demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras pode não solucionar a alta nos preços dos combustíveis, segundo a Federação Única dos Petroleiros. Para a entidade, a prioridade do governo federal deveria ser a intervenção na política de preços.

 

 

“De nada adianta a mudança na cadeira, se não houver mudança da política de preços desastrosa”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, em nota publicada nesta sexta-feira 19.

A organização se refere à política de Preço de Paridade de Importação, vigente desde o governo de Michel Temer (MDB), que alinhou os preços dos combustíveis ao mercado internacional. Para a entidade, a conduta é “nefasta”, porque promove reajustes com base no preço internacional do petróleo e na cotação do dólar, o que resulta, de acordo com a FUP, em combustíveis caros, fretes e alimentos em alta e aumento da inflação.


“A saída de Castello Branco é a oportunidade de a Petrobras reforçar sua posição integrada e verticalizada, do poço ao posto, como são as grandes petroleiras do mundo, fortalecendo suas operações nos diversos segmentos da cadeia de petróleo, gás natural e energia”, afirma a FUP.

A entidade diz que, em vez de investir na autossuficiência da Petrobras em todas as etapas do negócio, o governo tem realizado “venda de ativos importantes” para a petroleira, como na área de transporte, distribuição, termelétricas e usinas. O mais recente “desastre”, destaca, é a venda da refinaria Landulpho Alves pela metade do preço.

“A gestão Castello Branco transformava a Petrobras numa mera produtora e exportadora de petróleo, reduzindo seu valor no longo prazo e seu papel na economia nacional”, diz a Federação.

Para o comando da estatal foi nomeado o general Joaquim Silva e Luna, conforme nota divulgada pela gestão federal. A decisão ocorreu após a estatal aumentar o preço da gasolina pela quarta vez neste ano. Já o preço do diesel, principal impasse com os caminhoneiros, teve o terceiro reajuste.

 

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