Política

Na TV, Bolsonaro pede que protestos de 15 de março sejam “repensados”

Presidente ressaltou preocupação com coronavírus, mas disse que manifestações ‘atendem aos interesses da nação’

Presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento à nação sobre o coronavírus. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro realizou pronunciamento oficial na televisão e no rádio e pediu que os protestos marcados para 15 de março sejam “repensados”, em função da pandemia de coronavírus. Em discurso, ele lembrou que há “recomendação das autoridades sanitárias para que evitemos grandes concentrações populares” e afirmou que “jamais podemos colocar em risco a saúde da nossa gente”.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro dedicou parcela do pronunciamento para exaltar o caráter político das manifestações. O presidente declarou que os protestos “atendem aos interesses da nação” e que representam “amadurecimento da democracia presidencialista”.

Organizadores dos movimentos planejavam se manifestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o próprio presidente havia divulgado a data dos protestos pelo WhatsApp.

“Os movimentos espontâneos e legítimos marcados para o dia 15 de março atendem aos interesses da nação. Balizados pela lei e pela ordem, demonstram o amadurecimento da nossa democracia presidencialista e são expressões evidentes de nossa liberdade. Precisam, no entanto, diante dos fatos recentes, ser repensados. Nossa saúde e de nossos familiares devem ser preservadas”, disse o presidente.

Em seguida, Bolsonaro frisou que as razões dos manifestantes permanecem “inabaláveis”.

“Não podemos esquecer, no entanto, que o Brasil mudou. O povo está atento e exige de nós respeito à Constituição e zelo pelo dinheiro público. Por isso, as motivações da vontade popular continuam vivas e inabaláveis”, disse.

Bolsonaro acaba de voltar de viagem aos Estados Unidos, onde chegou em 7 de março e ficou por quatro dias. Além do presidente, também está com coronavírus o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que participara da comitiva ao país norte-americano. Wajngarten teve o diagnóstico confirmado pelo Hospital Albert Einstein após contraprova.

Os outros membros da comitiva também estão sendo monitorados. Entre eles estiveram o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o governador do Paraná, Ratinho Júnior. A primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve com o grupo formado por mais de 20 pessoas.

 

Na visita, eles se reuniram com o presidente americano Donald Trump. A Casa Branca já solicitou mais informações sobre o estado de saúde do chefe da Secom, primeiro a ser diagnosticado na comitiva. Como medida de prevenção, os Estados Unidos chegaram a anunciar bloqueio de voos oriundos da Europa.

O número de casos no Brasil já passou de 70. Na quarta-feira 11, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de pandemia do coronavírus no mundo. Foram mais de 124 mil pessoas infectadas e mais de 4,6 mil mortos. O principal foco foi a China, que superou 80 mil casos, mas o governo anunciou o fim do pico do surto. Em seguida, os países com mais casos são a Itália e Irã, que ultrapassaram 10 mil registros.

A proliferação da doença provocou crise no mercado. O dólar já bateu 5 reais e a Bolsa de Valores opera em forte queda, tendo acionado quatro vezes na mesma semana o mecanismo do “circuit breaker”, que interrompe os negócios por 30 minutos.

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