Política

Mulher não se sente representada pelos políticos atuais, diz pesquisa

Porcentagem chega a 94% das entrevistadas, segundo levantamento. Vices candidatas à Presidência debatem a presença feminina na política nesta sexta 28

Mulher protesta contra a reforma no currículo do Ensino Médio, em setembro de 2018
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Pesquisa divulgada nesta sexta-feira 28 pelo Instituto Locomotiva e pelo jornal El País mostra que a grande maioria das mulheres não se sentem representadas pelos políticos que ocupam cargos no Executivo ou Legislativo no Brasil – 94% delas, conforme sondagem feita.

O levantamento entrevistou 2.015 mulheres com 16 anos ou mais em 35 municípios brasileiros na primeira semana de setembro deste ano.

Entre as mulheres questionadas, 93% acham que os políticos atuais não procuram ouvir os brasileiros para tomar suas decisões e 95% acreditam que deveria haver mais mulheres na política.

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As mulheres são 52% dos votantes no País, o que representa 77 milhões de eleitoras. São elas também as mais indecisas e resistentes na hora de escolher quem será o próximo presidente da República.  

Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada na segunda-feira 25, quando questionadas sobre em qual candidato votariam se a eleição fosse hoje, 8% disseram não saber, e 15% afirmaram que registrarão branco ou anularão o voto no primeiro turno das eleições.

A perspectiva futura não parece ser otimista. Reportagem da CartaCapital analisou as propostas referentes à população feminina nos planos e diretrizes de governo divulgados no site DivulgaCandContas, do TSE. Dos 13 presidenciáveis, 4 mal chegaram a citar o termo “mulher” em seus planos de governo e apenas 5 apresentam propostas concretas em relação a elas

Embora a pesquisa e o cenário apresentado nos programas de governo dos presidenciáveis pareçam negativos, as mulheres demonstraram ter consciência do poder que têm nas eleições: 76% das entrevistas concordam que seu voto pode fazer a diferença no país e 55% concordam que “a política é o melhor caminho para as mulheres sofrerem menos preconceito”.

“Podemos perceber pelos dados que embora as mulheres façam parte do descontentamento geral dos eleitores brasileiros com relação ao mundo da política, elas se tornam cada vez mais agentes de mudança por meio do exercício da política no país”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Para refletir sobre o cenários e as perspectivas futuras, as vices candidatas à Presidência da República debaterão na manhã desta sexta-feira 28 a participação da mulher na política brasileira. Segundo o instituto, que promove o encontro, confirmaram presença Ana Amélia (PP), candidata à vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB); Manuela D’Ávila (PC do B), candidata à vice de Fernando Haddad (PT); Kátia Abreu (PDT), candidata à vice de Ciro Gomes (PDT); e Sonia Guajajara (PSOL), candidata à vice de Guilherme Boulos (PSOL).

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