Política
MST chama de ‘acusações infundadas’ as declarações de ex-militantes em CPI
Segundo o movimento, os depoentes não apresentaram elementos para sustentar as ‘denúncias’
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra classificou de “acusações infundadas” as declarações de ex-assentados durante depoimento à CPI do MST nesta terça-feira 8. Foram ouvidos Benevaldo da Silva Gomes, Elivaldo da Silva Costa e Vanuza dos Santos de Souza.
Na audiência, os três relataram ter sido expulsos de assentamentos e afirmaram que lideranças do MST atuavam contra a regularização das terras. Para o movimento, porém, as acusações demonstram que a CPI tem o objetivo de “atacar a legitimidade da luta pela terra”.
Elivaldo – conhecido como Liva do Rosa do Prado – foi candidato a deputado estadual em 2022 com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi acusado por integrantes do MST de cooptar famílias que viviam em assentamentos no sul da Bahia, prometendo facilidades para acessar o título das terras.
Depois que assentados o denunciaram, a direção do MST determinou sua expulsão do grupo, em 2020.
“Ao longo da tarde, diversos ataques ao MST e à luta pela terra foram proferidos: ameaças de morte, extorsão, lesão corporal, etc. No entanto, em nenhum deles foi apresentado algum tipo de comprovação dos fatos e das autorias”, rebateu o movimento.
Vanuza dos Santos de Souza, que também depôs à comissão, acusa o MST de tê-la expulsado do assentamento sob ameaças. Horas depois do depoimento, o filho dela rebateu a versão exposta aos parlamentares.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o assentado Cássio Souza Santana disse que a mãe foi “cooptada” por grupos bolsonaristas da região, liderados pelo ex-militante Liva.
“Essas questões não são fáceis para mim, mas são verdades que precisam ser ditas, porque elas constituem um ataque a um coletivo nacional que tem uma importância muito grande neste País”, destacou Santana. “Infelizmente, a partir de 2019, aquilo que era um sonho para mim e minha mãe, de ter um pedaço de terra, foi por água abaixo por causa de um direcionamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e pessoas ligadas a ele, como o Liva.”
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